INTERNACIONAL

Profissionais da saúde e o heroísmo contra o coronavírus

Médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e outros profissionais da área da saúde se tornaram heróis involuntários na luta contra o coronavírus, conquistando elogios e aplausos das varadas e ruas de todo o mundo

AFP
15/04/2020 às 09:08.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:06

Médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem e outros profissionais da área da saúde se tornaram heróis involuntários na luta contra o coronavírus, conquistando elogios e aplausos das varadas e ruas de todo o mundo.

Da africana Duala até a monumental Roma, passando pela cosmopolita Nova York, novo epicentro do vírus, e Guayaquil, a pandemia matou mais de 118.000 pessoas - incluindo muitos médicos e enfermeiras - e infectou mais de 2 milhões.

A vida diária do exército de profissionais da saúde, com uma vocação para tentar salvar vidas, é muito difícil.

O elevado fluxo de pacientes, a falta de equipamentos, o medo da infecção e a necessidade de dar apoio aos pacientes mais graves são as dificuldades e tarefas que devem superar a cada dia.

A seguir os depoimentos de alguns heróis na luta contra a COVID-19.

Na Itália, um dos países mais afetados do mundo, dezenas de médicos e enfermeiras morreram vítimas do coronavírus e milhares de profissionais da saúde foram infectados. Máscaras, trajes de proteção, luvas... transformaram gradualmente as enfermeiras e os médicos em astronautas.

Vestir o equipamento e lavar as mãos são tarefas meticulosas que exigem muito cuidado e levam muito tempo.

"Não estabelecemos um tempo específico para este processo, mas calculamos que para um turno de sete horas são necessários de 40 a 50 minutos apenas para se vestir", explica a enfermeira Silvana Di Florio, coordenadora da Unidade de Terapia Intensiva COVID-19 do hospital Tor Vergata de Roma.

"Quando se trata de lavar as mãos e desinfectá-las, calculamos que gastamos de 60 a 75 minutos por dia", completa.

"Os profissionais da saúde não devem ficar doentes, não tanto por sua capacidade de trabalho, mas porque seria injusto", afirma.

"Marchamos para a guerra sem armas". Confinada, doente, uma enfermeira veterana de Guayaquil, o principal porto equatoriano na costa do Oceano Pacífico, não esconde a revolta a respeito do contágio de 80 colegas e a morte de cinco profissionais.

Com centenas de cadáveres nas casas da cidade pela falta de espaço nos necrotérios e devido ao colapso dos hospitais e das funerárias, o coronavírus provocou o caos na capital econômica do Equador, um dos países da América Latina mais afetados pela pandemia.

"Não tínhamos o equipamento necessário quando isto (a epidemia) começou a devastar a Europa", lamenta a enfermeira, de 55 anos, obrigada a permanecer em casa porque os hospitais estão saturados.

Sua unidade de emergência recebeu pacientes com "sintomas significativos, mas devido à falta de testes, foram tratados como se tivessem gripe e enviados para casa", relatou.

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