Inovar, sempre

Profissionais devem passar por um aprendizado constante

O professor e economista José Luiz Rampazo afirma que inovação não significa abandonar tudo o que já foi feito e deu certo no passado

José Ricardo Ferreira
02/05/2023 às 06:23.
Atualizado em 02/05/2023 às 06:23

O mercado de trabalho, como por exemplo a construção civil, está em constante evolução (Tânia Rêgo/ABr)

O professor e economista José Luiz Rampazo afirma que inovação não significa abandonar tudo o que já foi feito e deu certo no passado, mas uma forma de se entender às demandas oriundas do mercado. Economista pela Fearp/USP, ele é mestre em Economia Política pela PUC/SP. Atuou por mais de 15 anos em empresas como PwC (Auditoria e Consultoria) e CPFL Energia (relações com investidores). Atualmente, é professor dos cursos de graduação e pós-graduação na Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e na Unip Campinas, além de atuar como consultor em projetos de energias renováveis. 

Acompanhe os principais trechos da entrevista à Gazeta focando as empresas, o capital humano e as novas tecnologias:

Gazeta de Piracicaba: Qualquer empresa precisa estar conectada às novas tecnologias? Isso é caro? 
José Luiz Rampazo: As empresas não são obrigadas a estarem conectadas às novas tecnologias, mas usar as tecnologias pode trazer vantagens competitivas relevantes. O uso de novas tecnologias pode ajudar a aumentar a eficiência, melhorar a comunicação com clientes e funcionários, e permitir o acesso a novas fontes de informação e oportunidades de negócios. Em relação ao custo, isso pode variar dependendo do tipo de tecnologia que a empresa deseja implementar e do tamanho da organização. As tecnologias podem ser relativamente baratas e fáceis de serem implementadas, ao passo que outras podem ser mais complexas e caras. O que vale na essência é o posicionamento estratégico das empresas em relação as tecnologias serem ou não alavancadoras de negócios. 

Gazeta: O que significa inovação? 
Inovação não significa abandonar tudo o que já foi feito e deu certo no passado, mas uma forma de se entender as demandas oriundas do mercado, em relação aos conhecimentos, processos e produtos existentes para se criar algo novo e melhor. Portanto, a inovação é uma questão de adaptação às mudanças do mercado, às necessidades dos clientes e às oportunidades que surgem, a fim de se manter competitivo e sustentável a longo prazo. 

Gazeta: Por que é importante os profissionais se prepararem para o futuro? 
O mercado de trabalho está em constante evolução, com o advento de novas tecnologias, comportamentos, gostos, tendências e demandas a todo instante. Isso tudo pode influenciar nas competências dos profissionais do presente e principalmente do futuro. Logo, os profissionais precisam se manter atualizados, abertos a aprender coisas novas e sempre preparados para as oportunidades. 

Gazeta: Diante da tecnologia, que otimiza o processo de trabalho, quais as habilidades que são necessárias aos profissionais ou funcionários? 
Pelo avanço da tecnologia e a otimização de processos de trabalho, as habilidades necessárias aos profissionais ou funcionários estão mudando e variam conforme o setor da economia. Algumas das habilidades que podem ser especialmente importantes incluem: resolução de problemas; comunicação; pensamento crítico; adaptabilidade e liderança. Elas podem ser os diferenciais para os profissionais ou funcionários em um ambiente de trabalho que valoriza a tecnologia e a otimização de processos. 

Gazeta: A tecnologia e a sociedade estão evoluindo mais rápido do que o mercado de trabalho consegue acompanhar? Quais os reflexos disso? 
Sim, esse é um movimento que tem acontecido. A velocidade de resposta do mercado de trabalho em relação à evolução da tecnologia e dos novos hábitos da sociedade tem exigido muito estudo e planejamento do mercado de trabalho para se adequar ao contexto atual. O momento da pandemia colocou em evidência a velocidade espantosa dos avanços da tecnologia na sociedade. Naquele momento, processos que estavam preparados para entrar em operação num período de cinco anos, foram acelerados para estarem aptos em um ano. Isso ocasionou um boom na geração de empregos no setor de tecnologia. No momento seguinte, onde oferta e demanda por esses serviços se ajustaram, as empresas foram obrigadas a promover ajustes na força de trabalho, o que ocasionou demissões em massa. Esse é o reflexo que as defasagens entre a implementação de tecnologia e mudanças de hábitos na sociedade podem impactar no mercado de trabalho. Resultado disso é o aumento do desemprego, da desigualdade, dificuldades de mão de obra e sucateamento das relações de trabalho. 

Gazeta: Sobre o trabalho remoto, como fica a troca de ideias e experiências tão necessárias no mundo empresarial, tanto para a empresa como para o funcionário? 
O trabalho remoto pode tornar mais desafiadora a troca de ideias e experiências entre os funcionários e a empresa, mas não é impossível. As empresas têm tomado medidas para garantir que a comunicação e a colaboração continuem acontecendo de forma fluente, mesmo que os funcionários estejam trabalhando remotamente. O departamento de Recursos Humanos das empresas terá um papel preponderante no correto direcionamento das relações de trabalho no âmbito digital. É lá o lugar certo para fazer a gestão dessas relações. (Com Assessoria de imprensa da Unimep) 

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