INICIATIVA LOCAL

Programa antitabagismo tem 47% de eficiência

Em Piracicaba, as ações contra o cigarro começaram em 2009

Adriana Ferezim
adriana.ferezin@gazetadepiracicaba.com.br
31/05/2016 às 11:51.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:22

Quem fuma, alega ter muita dificuldade para parar, mas há muita gente que conseguiu (Del Rodrigues)

Nesta terça-feira (31), é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. A data procura debater os males causados pela dependência do uso do cigarro. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo a principal causa de morte evitável no mundo. O Brasil instituiu um programa nacional que prevê ações contra o tabaco e reduziu o número de fumantes com mais de 18 anos de idade de 34,8%, em 1989, para 14,7, em 2013, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em Piracicaba, o Programa Municipal Antitabaco foi iniciado, em 2009, na Rede de Atenção Básica de Saúde, obteve, neste ano, média 47% de eficiência (pessoas que participam do tratamento gratuito e pararam de fumar). No ano passado, a média do Estado era de 40%. A dificuldade em parar de fumar é grande. “A dependência obriga os fumantes a inalarem mais de 4.720 substâncias tóxicas, como: monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, além de 43 substâncias cancerígenas, sendo as principais: arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, resíduos de agrotóxicos e substâncias radioativas”, informa o Inca. Em Piracicaba, há 11 unidades de saúde, de quatro regiões do município, aptas para o tratamento, que têm duração de três meses e é feito por médicos e enfermeiros capacitados pelo programa Nacional de Combate ao Tabaco. “O programa começou com três unidades e já temos 11. Cada pessoa é atendida individualmente e é verificado o melhor tratamento para o grau de dependência e para a formação de grupos. Os grupos são cognitivos comportamentais e formados por 15 pacientes. No primeiro mês, as reuniões são semanais, depois passam a ser quinzenais. Temos integrantes de 18 a 76 anos de idade e alguns recebem medicamento”, disse a coordenadora do programa no município, a médica Kátia Katachinsky Bianchi. Ela esclarece que quatro unidades do Programa de Saúde da Família (PSFs) estão formando novos grupos: ItapuãI, Jardim Oriente, Boa Esperança I e Santa Rosa I. “O fumante interessado em parar de fumar pode procurar a unidade mais próxima de saúde de sua casa e será encaminhado para tratamento”, disse Kátia. OJI Desde o ano passado, a OJI Papéis Especiais realiza o programa “OJI 100% livre de tabaco” com o suporte do Instituto de Medicina e Segurança do Trabalho (Imtep). Em um ano, cerca de 45% dos profissionais inscritos no programa abandonaram o vício da nicotina. O tratamento é gratuito aos funcionários interessados em parar de fumar e conta com uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e enfermeiras. O gerente de Recursos Humanos e de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho da OJI, Neto Mello, o programa é uma consolidação dos valores da empresa, promovendo o desenvolvimento de seus funcionários não somente no âmbito do trabalho. “Esta foi uma oportunidade para que os profissionais cuidassem da saúde e do bem-estar, sendo eles nossa primeira preocupação. E os resultados mostraram que estamos no caminho certo”, ressalta Mello. Entre os participantes, 45,83% profissionais abandonaram completamente o vício, 20,83% reduziram significativamente o consumo, 20,83% tiveram recaídas durante o processo e apenas 12,5% não pararam de fumar, porém se conscientizaram dos malefícios causados pelo cigarro.

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