A empresa de biotecnologia dos EUA Moderna anunciou nesta segunda-feira (18) que obteve resultados "positivos provisórios" na fase inicial dos ensaios clínicos de sua vacina contra o novo coronavírus por oito voluntários, a serem ampliados em larga escala em julho
A empresa de biotecnologia dos EUA Moderna anunciou nesta segunda-feira (18) que obteve resultados "positivos provisórios" na fase inicial dos ensaios clínicos de sua vacina contra o novo coronavírus por oito voluntários, a serem ampliados em larga escala em julho.
O composto produziu uma resposta imune em oito pacientes que o receberam, aproximadamente da mesma magnitude daqueles que pegaram o vírus, informou a empresa.
"A fase provisória 1, embora em estágio inicial, demonstrou que a vacinação com o mRNA-1273 produz uma resposta imune da mesma magnitude que a provocada por infecção natural", afirmou Tal Zaks, diretor médico da Moderna, em comunicado.
A empresa afirmou que a vacina "tem potencial para prevenir a COVID-19".
Essa primeira fase também procurou verificar se a vacina não é tóxica. A Moderna relatou apenas alguns efeitos colaterais menores, como vermelhidão no local da injeção.
A americana Moderna foi uma das primeiras empresas a fazer testes em humanos a partir de 16 de março.
Atualmente, existem apenas 12 ensaios clínicos em humanos no mundo, metade dos quais são projetos chineses, segundo a London School of Medicine and Hygiene.
O estudo clínico foi conduzido pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), onde o governo investiu US$ 483 milhões para essa potencial vacina.
O governo Donald Trump, em busca de 300 milhões de doses até janeiro para proteger sua população, investiu neste projeto e em mais dois: o da empresa farmacêutica americana Johnson & Johnson e o do laboratório francês Sanofi, que tem centros nos Estados Unidos.
O procedimento para fabricar esta vacina, uma tecnologia conhecida como RNA messager, até agora não produziu uma vacina viável.
A segunda fase, com 600 voluntários, começará em junho, informou o presidente da Moderna, Stephen Hoge, e a fase mais importante, a fase 3, está prevista para julho, enquanto a agência que regula medicamentos nos Estados Unidos, o FDA, finaliza o protocolo.
A vacinação contra o coronavírus é uma prioridade global para acabar com a pandemia que deixou mais de 315.000 mortes em todo o mundo e pelo menos 4,7 milhões de casos confirmados.
O processo de criação de uma vacina geralmente leva anos, mas na sexta-feira passada Trump disse que esperava ter uma vacina contra o coronavírus até o final do ano.
O primeiro a sintetizar uma vacina eficaz e como ela será distribuída virou uma questão fundamental nas relações internacionais, sobretudo após a decisão da empresa farmacêutica francesa Sanofi, na semana passada, de dar prioridade aos Estados Unidos.
O presidente chinês Xi Jinping prometeu que, se a China conseguir fazer uma vacina contra o coronavírus, o composto será um "bem público global".
Numa época em que o problema não é apenas a vacina, mas a capacidade de produzir milhões de doses, grandes laboratórios, incluindo o Moderna, anunciaram que começariam a produzir essas doses sem esperar pelos resultados de ensaios clínicos.