Milhares de simpatizantes da oposição saíram às ruas nesta terça-feira (23) na Geórgia após a detenção de um de seus líderes, uma medida que pode agravar a crise política que este país do Cáucaso vive desde as eleições legislativas do ano passado
Milhares de simpatizantes da oposição saíram às ruas nesta terça-feira (23) na Geórgia após a detenção de um de seus líderes, uma medida que pode agravar a crise política que este país do Cáucaso vive desde as eleições legislativas do ano passado.
Os manifestantes se reuniram diante da sede do governo na capital Tbilisi para protestar contra a detenção de Nika Melia, líder do principal partido de oposição da Geórgia, o Movimento Nacional Unido (MNU), e exigir eleições antecipadas.
Melia foi retirado pela polícia na manhã desta terça-feira da sede de seu partido e colocado em prisão preventiva, de acordo com imagens do canal de televisão Mtavari.
Centenas de policiais usaram gás lacrimogêneo contra simpatizantes e dirigentes de todos os partidos da oposição que estavam acampados diante do edifício desde a semana passada. Dezenas de opositores foram detidos.
A operação policial aconteceu poucos dias após a renúncia do primeiro-ministro Giorgi Gakharia, na quinta-feira passada.
Gakharia afirmou que tomou a decisão por uma divergência em seu partido a respeito da aplicação da decisão judicial de deter a Melia.
A operação policial provocou a revolta da oposição e uma advertência dos aliados ocidentais desta ex-república soviética.
O líder do partido Lelo, Mamuka Khazaradze, também de oposição ao governo, convocou um "combate pacífico e incansável para defender a democracia georgiana".
"A libertação dos presos políticos e eleições antecipadas representam a única saída possível para a crise", declarou à imprensa.
Um dos dirigentes do MNU, Giorgi Pataraia, disse à AFP que a polícia "roubou servidores de computadores" da sede do partido.
Em um comunicado, o Ministério georgiano do Interior afirma que a polícia empregou "força proporcional", assim como "recursos especiais" na operação.
"Chocado com as cenas na sede do MNU esta manhã", escreveu o embaixador britânico Mark Clayton no Twitter.
"A violência e o caos em Tbilisi são as últimas coisas de que a Geórgia precisa neste momento. Apelo às partes para que atuem com moderação, agora e nos próximos dias", completou.
A embaixada dos Estados Unidos afirmou em um comunicado que está "profundamente preocupada" com a detenção de Nika Melia.
"A força e a agressividade não são a solução para resolver as diferenças políticas na Geórgia", completa a nota.
O emissário da União Europeia, Carl Hartzell, lamentou a "imposição da lógica de uma escalada",