INTERNACIONAL

Protesto na Geórgia após detenção de líder da oposição

Milhares de simpatizantes da oposição saíram às ruas nesta terça-feira (23) na Geórgia após a detenção de um de seus líderes, uma medida que pode agravar a crise política que este país do Cáucaso vive desde as eleições legislativas do ano passado

AFP
23/02/2021 às 10:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:34

Milhares de simpatizantes da oposição saíram às ruas nesta terça-feira (23) na Geórgia após a detenção de um de seus líderes, uma medida que pode agravar a crise política que este país do Cáucaso vive desde as eleições legislativas do ano passado.

Os manifestantes se reuniram diante da sede do governo na capital Tbilisi para protestar contra a detenção de Nika Melia, líder do principal partido de oposição da Geórgia, o Movimento Nacional Unido (MNU), e exigir eleições antecipadas.

Melia foi retirado pela polícia na manhã desta terça-feira da sede de seu partido e colocado em prisão preventiva, de acordo com imagens do canal de televisão Mtavari.

Centenas de policiais usaram gás lacrimogêneo contra simpatizantes e dirigentes de todos os partidos da oposição que estavam acampados diante do edifício desde a semana passada. Dezenas de opositores foram detidos.

A operação policial aconteceu poucos dias após a renúncia do primeiro-ministro Giorgi Gakharia, na quinta-feira passada.

Gakharia afirmou que tomou a decisão por uma divergência em seu partido a respeito da aplicação da decisão judicial de deter a Melia.

A operação policial provocou a revolta da oposição e uma advertência dos aliados ocidentais desta ex-república soviética.

O líder do partido Lelo, Mamuka Khazaradze, também de oposição ao governo, convocou um "combate pacífico e incansável para defender a democracia georgiana".

"A libertação dos presos políticos e eleições antecipadas representam a única saída possível para a crise", declarou à imprensa.

Um dos dirigentes do MNU, Giorgi Pataraia, disse à AFP que a polícia "roubou servidores de computadores" da sede do partido.

Em um comunicado, o Ministério georgiano do Interior afirma que a polícia empregou "força proporcional", assim como "recursos especiais" na operação.

"Chocado com as cenas na sede do MNU esta manhã", escreveu o embaixador britânico Mark Clayton no Twitter.

"A violência e o caos em Tbilisi são as últimas coisas de que a Geórgia precisa neste momento. Apelo às partes para que atuem com moderação, agora e nos próximos dias", completou.

A embaixada dos Estados Unidos afirmou em um comunicado que está "profundamente preocupada" com a detenção de Nika Melia.

"A força e a agressividade não são a solução para resolver as diferenças políticas na Geórgia", completa a nota.

O emissário da União Europeia, Carl Hartzell, lamentou a "imposição da lógica de uma escalada",

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