INTERNACIONAL

Protestos pró-Navalny têm dezenas de detenções e milhares nas ruas

Milhares de pessoas foram às ruas de Moscou neste sábado (23) para mostrar seu apoio ao opositor russo preso Alexei Navalny, em uma jornada de protestos que se espalhou por todo país, apesar da proibição de manifestações lançada pelas autoridades

AFP
23/01/2021 às 09:55.
Atualizado em 23/03/2022 às 18:54

Milhares de pessoas foram às ruas de Moscou neste sábado (23) para mostrar seu apoio ao opositor russo preso Alexei Navalny, em uma jornada de protestos que se espalhou por todo país, apesar da proibição de manifestações lançada pelas autoridades.

Até o momento, mais de 300 pessoas foram detidas.

Ao longo do dia, a equipe do ativista anticorrupção publicou vídeos dessas manifestações, onde dezenas, centenas e até milhares de pessoas chamavam o presidente Vladimir Putin de "ladrão" e clamavam "Navalny, estamos com você", ou "Liberdade para os presos políticos".

Esses protestos acontecem alguns meses antes das eleições legislativas marcadas para o outono boreal (primavera no Brasil), em um contexto de queda da popularidade do partido da situação, o Rússia Unida.

As primeiras manifestações no Extremo-Oriente e na Sibéria, onde milhares de pessoas tomaram as ruas em Vladivostok, Khabarovsk, Novosibirsk e Chita, tiveram de enfrentar um significativo dispositivo policial. E, em alguns lugares, a repressão foi brutal.

Pouco depois, em Moscou, milhares de manifestantes se reuniram na praça Pushkin, segundo jornalistas da AFP.

"A Rússia será livre", diziam os presentes, que desejam caminhar em direção ao Kremlin.

De acordo com as forças da ordem, havia cerca de 4.000 manifestantes reunidos em Moscou. Os opositores do governo ainda não divulgaram seus números da mobilização.

Mesmo antes do início do protesto na capital, policiais do Batalhão de Choque, em grande número, já haviam detido várias dezenas de pessoas e convocado os manifestantes a "abandonarem a concentração ilegal".

Bolas de neve lançadas por alguns manifestantes contra a polícia em Moscou foram respondidas com golpes.

Outros cidadãos protestaram em silêncio, com faixas que diziam "Não tenho medo", ou "Não à ditadura".

Ontem, a polícia de Moscou havia advertido que "reprimirá" qualquer protesto não autorizado que considere uma "ameaça à ordem pública".

A prefeitura da capital denunciou manifestações "inaceitáveis" em meio a uma pandemia.

Na rede social Instagram, a esposa de Navalny, Yulia Navalnaya, anunciou sua intenção de se manifestar em Moscou pelo marido, que "não se rende nunca".

"Eu teria vergonha de ficar em casa. Preciso falar, preciso expressar meu ponto de vista", afirmou Galina Fedoseva, de 50 anos, em São Petersburgo.

"As pessoas estão cansadas de [Vladimir] Putin. É hora de abrir espaço para os outros (...) Não quero viver em uma ditadura", comentou Alexei Skvortsov, de 20 anos.

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