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Qual a importância para Biden da conquista democrata do Senado?

A provável maioria democrata no Senado dos EUA representa uma virada de jogo para o presidente eleito Joe Biden, que será capaz de levar adiante seus projetos e indicações sem a obstrução sistemática dos republicanos

AFP
06/01/2021 às 18:09.
Atualizado em 23/03/2022 às 23:33

A provável maioria democrata no Senado dos EUA representa uma virada de jogo para o presidente eleito Joe Biden, que será capaz de levar adiante seus projetos e indicações sem a obstrução sistemática dos republicanos.

O pastor Raphael Warnock e o jovem astro político Jon Ossoff lideram o segundo turno para as cadeiras de senador do estado da Geórgia e estão a caminho de vencer os candidatos republicanos aliados do derrotado presidente Donald Trump.

A chegada de Warnock e Ostoff ao Senado significaria que os democratas e independentes alinhados com eles terão 50 dos 100 assentos na câmara alta e o voto da vice-presidente eleita Kamala Harris decidirá em caso de empate.

Os democratas controlariam as duas casas, além da Casa Branca, pela primeira vez desde os primeiros dois anos da presidência de Barack Obama, quando ele lançou um gigantesco pacote de medidas para salvar a economia após a crise de 2008/2009 e sancionou uma lei que estendeu e melhorou a cobertura de saúde para milhões de americanos.

Biden agora poderia determinar medidas prioritárias começando com ajuda de 2.000 dólares para cada americano afetado pelas consequências econômicas do coronavírus. Essa iniciativa foi apoiada até por Trump, mas foi bloqueada pelo líder da maioria republicana do Senado, Mitch McConnell.

Outras metas que ele poderia cumprir seriam aumentar o salário mínimo nacional para 15 dólares por hora, aliviar o fardo da dívida estudantil e criar uma "opção pública" de assistência médica - um sonho antigo dos democratas que querem oferecer um seguro saúde mais barato e apoiado pelo governo para competir com as empresas privadas.

Uma prioridade muito particular para os democratas é aprovar a chamada "Lei do Povo", que busca proteger o direito ao voto e decreta feriado no dia das eleições nacionais, além de estabelecer comissões apartidárias para projetar os distritos eleitorais, o que vai contra o desejo dos republicanos de ocupar essas organizações.

Biden não teria rédea solta em qualquer caso. No Senado, o controle dos democratas não poderia ser mais apertado e o partido tem sua menor maioria em quase um século na Câmara dos Representantes.

Um senador importante será Joe Manchin, um democrata que sempre vence na Virgínia Ocidental, embora esse estado seja um dos republicanos mais sólidos do país.

Embora apoie as prioridades democratas em economia e política externa, espera-se que Manchin se oponha às leis climáticas consideradas negativas pela indústria de carvão de seu estado. Ele também teme a limitação ao uso de armas.

Em contrapartida, Biden se sentirá confortável em nomear membros de seu gabinete e, eventualmente, para o judiciário, já que o Senado é o órgão encarregado de confirmá-los.

Os republicanos já indicaram que tentarão bloquear pelo menos uma indicação: a de Neera Tanden, progressista escolhida para chefiar o Escritório de Gestão e Orçamento.

Enorme. A vitória tem um grande impacto após a frustração dos democratas por terem perdido cadeiras na Câmara dos Representantes e também porque Trump ainda sente que tem uma tábua de salvação para sua política divisionista.

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