INTERNACIONAL

Quase metade do mundo confinado para conter a expansão da pandemia

Mais de três bilhões de pessoas em todos os continentes estão confinadas neste sábado em um mundo abalado e assustado com o avanço de uma pandemia que já provocou mais de 27

AFP
28/03/2020 às 10:28.
Atualizado em 31/03/2022 às 06:32

Mais de três bilhões de pessoas em todos os continentes estão confinadas neste sábado em um mundo abalado e assustado com o avanço de uma pandemia que já provocou mais de 27.000 mortes, com números dramáticos na Espanha e Itália, enquanto a China tenta retomar a vida paulatinamente.

Itália e Espanha são os países com os maiores balanços de vítimas fatais.

Na Itália, a COVID-19 matou quase 1.000 pessoas em 24 horas, o maior número para apenas um dia no país desde o início da pandemia. O total de óbitos alcança 9.134.

Na Espanha, o ministério da Saúde também anunciou números desoladores neste sábado: 832 falecidos em 24 horas e um balanço total que já supera 5.000 mortos.

A região mais afetada é Madri, com 2.757 mortos, quase metade do total. A partir de segunda-feira a cidade habilitará um segundo necrotério em uma instalação pública que estava abandonada. O governo local já havia instalado um necrotério em uma pista de patinação no gelo em um centro comercial.

Além disso, o exército e as autoridades locais criaram um hospital de campanha com capacidade máxima para 5.500 leitos em um centro de convenções da capital espanhola.

De acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais, o mundo superou 600.000 casos registrados do novo coronavírus.

Os Estados Unidos viraram o país com o maior número de casos, com mais de 100.000 infectados e 1.693 mortos. A situação levou o presidente Donald Trump a ordenar por decreto que a montadora General Motors passe a fabricar respiradores artificiais, que estão praticamente esgotados nos hospitais e são vitais para os pacientes.

"Estão racionando os equipamentos", afirmou Diana Torres, 33 anos, enfermeira em um hospital de Nova York, principal foco da epidemia nos Estados Unidos.

"Temos que colocar um saco plástico sobre a roupa de proteção com a qual trabalhamos para que dure mais tempo", explicou.

O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que "a escassez crônica mundial de equipamentos de proteção individuais" para os trabalhadores da saúde representa uma "ameaça iminente" na luta contra a doença.

"Há muito desabastecimento de tudo e precisamos de muito trabalho para conseguir coisas simples como luvas, termômetros, paracetamol ou gel", afirmou à AFP Toni Dovale, jogador de futebol espanhol e farmacêutico, que trocou a bola pelo jaleco branco para lutar contra o avanço da pandemia.

Na China, a cidade de Wuhan, onde o patógeno foi detectado em dezembro, sai aos poucos do confinamento.

Neste sábado, um trem parou em Wuhan pela primeira vez desde o início da pandemia. Até agora, ninguém estava autorizado a entrar na cidade, com exceção de profissionais da saúde e trabalhadores responsáveis pelo transporte de produtos de primeira necessidade.

"Minha filha e eu ficamos emocionadas quando o trem se aproximou de Wuhan", disse uma mulher de 36 anos, que preferiu não revelar o nome.

Devido ao confinamento, ela não via o marido há 10 semanas. Uma eternidade para sua filha. "Ao vê-lo, ela correu para o pai e eu não consegui evitar o choro", afirmou à AFP.

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