Quinze pessoas foram detidas e mais de 30 ficaram feridas na terça-feira à noite durante protestos violentos no nordeste da Espanha, após a prisão de um rapper, informaram as autoridades locais
Quinze pessoas foram detidas e mais de 30 ficaram feridas na terça-feira à noite durante protestos violentos no nordeste da Espanha, após a prisão de um rapper, informaram as autoridades locais.
Uma porta-voz da polícia da Catalunha, região de origem do rapper Pablo Hasél e cenário da maioria dos protestos, anunciou que 15 pessoas foram detidas nas manifestações, que terminaram em confrontos com a polícia.
Em Barcelona, alguns ativistas encapuzados incendiaram latas de lixo e atiraram objetos contra a polícia, cenas que se repetiram em outras cidades como Lérida, a cidade natal de Hasél, que foi preso na terça-feira.
Em Vic, município 70 km ao norte de Barcelona, os manifestantes atacaram uma delegacia e feriram 11 agentes, segundo a porta-voz.
No total, 33 pessoas precisaram de atendimento médico, incluindo 19 policiais, mas todas com ferimentos leves.
A prisão do rapper por uma série de tuítes com ataques à monarquia e às forças de segurança gerou um forte debate sobre a liberdade de expressão na Espanha.
Nas mensagens, o rapper atacou a monarquia e chamou, por exemplo, de "mercenários de merda" as forças policiais, acusando-as de torturar e assassinar manifestantes e imigrantes.
Condenado a nove meses de prisão por tuítes publicados entre 2014 e 2016, Hasél tinha até sexta-feira para se entregar voluntariamente. Na segunda-feira, com os boatos de uma detenção iminente, ele se entrincheirou com dezenas de ativistas na Universidade de Lérida.
A polícia entrou no local na manhã de terça-feira e, sem enfrentar muita resistência, conseguiu deter o rapper, que foi levado imediatamente para a prisão.
O caso provocou incômodo na coalizão de governo de esquerda, liderada pelo primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez, que se comprometeu a revisar o Código Penal para que este tipo de delito não seja punido com penas de prisão.
O partido de esquerda radical Podemos anunciou que solicitará um indulto para o rapper, que recebeu o apoio de celebridades do país como o cineasta Pedro Almodóvar, o ator Javier Bardem e o cantor Joan Manuel Serrat.
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