INTERNACIONAL

Reabertura das escolas provoca polêmica na Inglaterra

As escolas do ensino básico começaram a retomar as atividades na Inglaterra, nesta segunda-feira (1o), um passo na flexibilização do confinamento que muitos pais, professores e governos locais consideram precipitado no segundo país do mundo com mais mortes provocadas pelo coronavírus

AFP
01/06/2020 às 09:27.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:54

As escolas do ensino básico começaram a retomar as atividades na Inglaterra, nesta segunda-feira (1o), um passo na flexibilização do confinamento que muitos pais, professores e governos locais consideram precipitado no segundo país do mundo com mais mortes provocadas pelo coronavírus.

O Reino Unido registra mais de 38.000 óbitos confirmados por COVID-19, mas o número aumenta para 46.000 quando são considerados os casos suspeitos. Apenas os Estados Unidos, com uma população cinco vezes maior, têm mais vítimas fatais.

Depois de impor um confinamento tardio em 23 de março, o primeiro-ministro Boris Johnson está sob pressão agora para relaxar as restrições que têm um elevado custo econômico.

A partir desta segunda-feira, as reuniões com até seis pessoas estão autorizadas em locais abertos - parques públicos, ou jardins privados -, o que permite o reencontro de familiares e amigos.

Também voltaram a funcionar os negócios ao ar livre, como mercados de rua e concessionárias de carros. A previsão é que o restante do comércio seja autorizado a retornar em duas semanas.

Para aliviar a carga dos pais, as escolas começaram a receber apenas as crianças de 4 a 6 anos e de 10 a 11 anos.

As medidas são aplicadas apenas na Inglaterra, porque os governos autônomos de Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte seguem os próprios calendários, muito mais lentos.

Muitos na Inglaterra consideram a reabertura das escolas uma decisão prematura.

O Sindicato Nacional de Educação pediu "mais provas e evidências científicas sólidas para a reabertura no momento adequado", e a Associação de Diretores de Escolas está preocupada com os "importantes problemas logísticos" do retorno às aulas.

"Não podemos prometer realmente aos pais que suas crianças permanecerão a dois metros umas das outras o tempo todo", afirmou Bryony Baynes, diretora de uma escola do ensino básico de Worcester (oeste da Inglaterra).

Um estudo da Fundação Nacional de Pesquisa em Educação com 1.200 diretores de escola mostra que quase metade das famílias pretende manter os filhos em casa.

"Entendo que algumas pessoas não querem a reabertura das escolas agora. Mas temos que avançar e também temos que garantir que nossos filhos não regridam", argumentou o ministro da Educação, Gavin Williamson, ao jornal "Daily Telegraph".

A comissária para a Infância, Anne Longfield, pediu no mesmo jornal que o governo organize cursos de verão (hemisfério norte), em julho e agosto, para ajudar as crianças desfavorecidas a recuperarem o tempo perdido durante os meses de confinamento.

"É um momento delicado", admitiu o ministro das Empresas, Alok Sharma, à BBC.

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