DADOS

Reajuste do salário mínimo deve injetar R$ 254,5 mil na Economia local

Ainda assim, o índice de 11,6% não vai significar aumento real de renda para o trabalhador.

Juliana Franco
juliana.franco@gazetadepiracicaba.com.br
25/01/2016 às 09:44.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:47

Valor do salário mínimo melhorou nos últimos anos, mas, segundo o professor Crocomo, ainda é insuficiente para as necessidades básicas (iStock)

O governo reconheceu que o novo salário mínimo de R$ 880,00 com reajuste de 11,6%, não vai significar aumento real de renda para o trabalhador. O valor deve apenas recompor as perdas com a inflação deste ano. Em vigor desde o dia 1º, o reajuste deve injetar na economia local R$ 254.564,00 por mês, quando levado em consideração apenas o número de trabalhadores formais que ganham até um mínimo em Piracicaba. Informações do Banco de Dados Socioeconômicos do curso de Ciências Econômicas da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) apontam que são 2.767 profissionais. “Em 2013, eram 2.742 profissionais com salários até um mínimo. Em 2014, eram 2.744, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Já em 2015, não há números fechados. A pasta divulgou o dados entre janeiro e setembro. Entretanto, acredito que o índice do ano passado seja próximo aos dois anos anteriores, pois foram poucas as demissões nesta faixa salarial”, explica o coordenador do banco, Francisco Constantino Crocomo, que acrescenta: “Além disso, houve reposição na mesma faixa salarial”. Já levando em consideração o número de aposentados e pensionistas das cidades, dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apontam que são 41.592 aposentados e 18.358 pensionistas na cidade – se for calculado que estes recebem apenas um salário, deve ser injetado mais R$ 5,5 milhões por mês na economia - até o dia 31 de dezembro de 2015, o mínimo era de R$ 788. Para Crocomo, o valor do salário mínimo melhorou nos últimos anos, mas ainda é insuficiente para as necessidades básicas das pessoas. “É preciso levar em consideração os gastos com alimentação, transporte, moradia, que são contas básicas. O valor ainda não é o ideal”, diz. ANÁLISE Ao analisar o cenário em que o emprego e a economia sofrem impactos de baixo crescimento, o reforço de caixa deve animar o comércio, afirma o economista Henrique Muller. “Em linhas gerais, o aumento do salário mínimo possibilita o crescimento da renda de trabalhadores de diferentes áreas, assim como de aposentados e pensionistas. A renda extra, que não é muito, pode ser destinada a compra de bens e contratação de serviços”. Para o ministro do Trabalho, Miguel Rosseto, à medida em que o mínimo é atualizado e, consequentemente, o poder de compra preservado, é assegurado também a qualidade de vida, assim como o dinamismo nas economias regionais e locais. Programas Além disso, é preciso levar em consideração que o reajuste também afeta os programas sociais do governo federal – que são baseados no salário mínimo. O aumento pesa nas contas do Tesouro Nacional. Reflexo disso é o anúncio feito sobre o corte nos gastos públicos para atender a demanda dos programas sociais, revela o economista.

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