Os rebeldes huthis do Iêmen exigem que a Arábia Saudita cancele o bloqueio aéreo e marítimo imposto em seu país como precondição para a assinatura de um acordo de cessar-fogo, enquanto a ONU insiste na suspensão imediata dos combates
Os rebeldes huthis do Iêmen exigem que a Arábia Saudita cancele o bloqueio aéreo e marítimo imposto em seu país como precondição para a assinatura de um acordo de cessar-fogo, enquanto a ONU insiste na suspensão imediata dos combates.
Apoiados pelo Irã, os huthis enfrentam as forças do governo, das quais tomaram a maior parte do norte do país, incluindo a capital, Sanaa, em 2014.
Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita intervém no país desde 2015 para ajudar o governo do Iêmen e impõe um bloqueio marítimo e aéreo para impedir o contrabando de armas do Irã. Teerã nega apoiar militarmente os rebeldes.
"Exigiram de nós um cessar-fogo global. A primeira etapa é abrir portos e aeroportos e, depois, avançar para um processo de cessar-fogo estratégico que consiste em cessar os bombardeios aéreos [da coalizão], mísseis e drones", disse o porta-voz dos huthis, Mohamed Abdelsalam, em entrevista transmitida pela rede Al-Jazeera do Catar na noite de ontem.
A ONU e as ONGs consideram que o bloqueio impede a prestação de ajuda internacional, da qual dependem 80% da população iemenita.
Os huthis também são acusados, porém, de dificultar a intervenção de organizações humanitárias.
No início de março, a ONU voltou a exigir um cessar-fogo em escala nacional, assim como a instalação de negociações políticas. Desde a chegada de Joe Biden à Casa Branca, os Estados Unidos vêm tentando encerrar o conflito.
Mohamed Abdelsalam negou qualquer "reunião direta" recente com autoridades americanas, mas afirmou que os huthis não teriam "problema algum" em conversar.
Segundo este porta-voz dos insurgentes, Washington não apresentou nenhum "novo plano", mas os huthis "receberam nos últimos dias novas ideias e enviaram [seus] comentários".
Enquanto isso, os huthis continuam sua ofensiva, lançada no mês passado, contra o último reduto do governo no norte, Marib, capital de uma região rica em petróleo e povoada por pelo menos um milhão de pessoas deslocadas.
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