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Regulador europeu afirma que não há provas contra vacina AstraZeneca

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou nesta terça-feira que não há provas de efeitos negativos da vacina contra a Covid-19 AstraZeneca, e segue convencida dos benefícios da mesma, no momento em que a OMS discute a questão, após a suspensão do imunizante decretada por vários países da Europa, onde o número de mortos pela doença supera 900 mil

AFP
18/03/2021 às 11:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 08:03

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) afirmou nesta terça-feira que não há provas de efeitos negativos da vacina contra a Covid-19 AstraZeneca, e segue convencida dos benefícios da mesma, no momento em que a OMS discute a questão, após a suspensão do imunizante decretada por vários países da Europa, onde o número de mortos pela doença supera 900 mil.

"Continuamos firmemente convencidos de que os benefícios da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 superam os riscos envolvendo esses efeitos colaterais", declarou Emer Cooke, diretora executiva do regulador europeu, com sede na Holanda. Quinze países, incluindo Alemanha, Espanha, França e Itália, suspenderam preventivamente o uso da vacina AstraZeneca, depois que problemas sanguíneos foram relatados em pessoas vacinadas, como dificuldade de coagulação.

"Até o momento, não há provas de que a vacinação tenha causado essas afecções. Não apareceram nos testes clínicos e não contam como efeitos colaterais conhecidos, ou esperados", disse Emer, acrescentando que a EMA leva a situação "muito a sério". Ao ser questionada sobre as vacinas da Pfizer/BioNTech e da Moderna, ela afirmou que estão sendo analisados os efeitos adversos graves em "todas as vacinas".

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o premier da Itália, Mario Draghi, consideraram animadoras as declarações da EMA, segundo comunicado divulgado pelo chefe do Executivo italiano.

- "Sem vínculo" -

A OMS, que não se pronunciou hoje, mas avalia esta semana a situação, aconselha que a vacina continue sendo administrada. "Não queremos que as pessoas entrem em pânico e, por enquanto, recomendamos que os países continuem a vacinar com a AstraZeneca", disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan

No Reino Unido, que já aplicou a primeira dose (da AstraZeneca ou Pfizer/BioNTech) em quase 24,5 milhões de pessoas, o primeiro-ministro, Boris Johnson, reafirmou que a vacina desenvolvida pela AstraZeneca com cientistas da Universidade de Oxford era "segura" e "extremamente" eficaz.

Além das dúvidas a respeito dos efeitos colaterais do fármaco, somam-se os problemas de fornecimento do laboratório para a União Europeia e o bloco "não descarta" apresentar um recurso judicial contra o grupo farmacêutico, indicou nesta terça-feira o secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, Clément Beaune.

Paralelamente, a Comissão Europeia anunciou um acordo com os laboratórios Pfizer e BioNTech para acelerar a entrega de 10 milhões de doses da sua vacina contra a Covid para os países do bloco.

Em outras regiões do mundo, vários países também interromperam a aplicação da vacina AstraZeneca. Na América Latina, o governo da Venezuela anunciou que não permitirá seu uso, "em razão das situações, complicações, apresentadas", segundo as palavras da vice-presidente Delcy Rodríguez.

A Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, também anunciou o adiamento da campanha com o imunizante da AstraZeneca. Mas em outra nação do Sudeste Asiático, a Tailândia, onde o uso também estava suspenso, nesta terça-feira a vacina começou a ser aplicada. O primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha recebeu a primeira dose.

No Brasil, segundo país mais afetado pelo vírus, com quase 280.000 mortes, o governo espera acelerar a campanha de vacinação, muito lenta atualmente, com a compra de 100 milhões de doses do fármaco da Pfizer/BioNTech, que serão entregues até setembro.

As polêmicas prosseguem no governo de Jair Bolsonaro, que anunciou o cardiologista Marcelo Queiroga como ministro da Saúde, o quarto a ocupar o cargo em menos de um ano, para substituir o general Eduardo Pazuello.

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