INTERNACIONAL

Restam a Trump duas semanas no governo, mas qual será seu futuro?

Abandonado por seus antes aliados na Casa Branca, um Donald Trump profundamente isolado tem duas semanas para contemplar o fim de sua Presidência

AFP
07/01/2021 às 18:09.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:35

Abandonado por seus antes aliados na Casa Branca, um Donald Trump profundamente isolado tem duas semanas para contemplar o fim de sua Presidência. E, talvez, de seus sonhos de voltar em 2024.

Trump pôs à prova reiteradas vezes os limites do que um presidente americano pode fazer sem enfrentar consequências. Ele rompeu todas as normas, sobreviveu ao julgamento político e conseguiu esquivar-se da explosiva investigação do conselheiro especial Robert Mueller sobre seus contatos com a Rússia.

Mas o fiasco da quarta-feira, que ocorreu depois de incentivar a multidão de seus apoiadores a invadir o Congresso a evitar a certificação da vitória do democrata Joe Biden, foi demais até mesmo para os republicanos mais fiéis ao presidente populista.

Durante anos, líderes do partido, como os senadores Mitch McConnell e Lindsey Graham, fizeram malabarismos para não confrontar Trump.

Mas isso acabou.

"Chega", disse Graham no Congresso depois que os legisladores retomaram a sessão, que se estendeu até a madrugada desta quinta-feira, para concluir a certificação de Biden.

Em volta deles, jaziam os escombros do dia mais obscuro da Presidência de Trump: vidraças quebradas, escritórios vandalizados e buracos de bala, uma das quais matou uma mulher.

"Acabou", reforçou Graham.

Desde seu cada vez mais solitário espaço na Casa Branca, resta a Trump observar Washington voltar-se contra ele e se perguntar se seu poder político, que chegou a ser quase mítico, ainda pode ser salvo.

Enquanto os republicanos agora se atrevem a desprezá-lo mais publicamente, os democratas vão além e estão pedindo aos funcionários do governo para invocar a Emenda 25 da Constituição, que permite declarar um presidente incompetente para realizar seu trabalho.

"Este presidente não deveria permanecer no gabinete do governo nem mais um dia", disse nesta quinta-feira o senador Chuck Schumer, que se tornará líder do Senado quando a maioria democrata assumir o poder.

Quando pediu ao vice-presidente Mike Pence para invocar a Emenda 25 para destituir Trump imediatamente, Schumer assegurou que a alternativa a esta opção é que "o Congresso se reúna para iniciar um processo de julgamento político contra o presidente".

Trump, acostumado a ser adulado por seu pessoal, agora encontrará cada vez menos funcionários dispostos a ficar ao seu lado.

Sua secretária de Transporte, Elaine Chao, anunciou nesta quinta-feira que vai deixar o cargo. "Isto me perturbou de tal forma que não posso ignorá-lo", disse Chao, esposa do líder republicano no Senado, Mitch McConnel.

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