A diferença apertada entre o presidente conservador polonês, Andrzej Duda, e seu adversário pró-europeu, Rafal Trzaskowski, revelada por uma pesquisa de boca-de-urna, gerou incertezas neste domingo (12) na Polônia, à espera dos dados oficiais do segundo turno das eleições presidenciais
A diferença apertada entre o presidente conservador polonês, Andrzej Duda, e seu adversário pró-europeu, Rafal Trzaskowski, revelada por uma pesquisa de boca-de-urna, gerou incertezas neste domingo (12) na Polônia, à espera dos dados oficiais do segundo turno das eleições presidenciais.
De acordo com uma consulta do instituto Ipsos, no fechamento das seções eleitorais, Duda teria 50,4% dos votos sobre o Trzaskowski, com 49,6%. A margem de erro da pesquisa, de 2%, aumenta dramaticidade à consulta.
As seções eleitorais abriram às 02h de Brasília e fecharam às 16h em um dia de votação marcado por uma taxa de participação muito elevada, de 68,9%.
No primeiro turno, em 28 de junho, Duda recebeu 43,5% dos votos e Trzaskowski 30,4%.
"Estou contente com a minha vitória, embora por enquanto seja apenas uma pesquisa", disse o presidente aos jornalistas ao lado de sua esposa e de sua filha, enquanto agitava uma bandeira polonesa.
Já Trzaskowski disse a seus simpatizantes que "o resultado provavelmente nunca foi sido tão apertado na história da Polônia".
"Nunca sentimos tanto o poder do nosso voto", acrescentou.
O resultado será decisivo para o futuro do governo conservador nacionalista do partido Direito e Justiça (PiS), acusado pelos adversários de reduzir as liberdades democráticas conquistadas há três décadas, após a queda do comunismo.
Trzaskowski, prefeito de Varsóvia, pertence ao principal partido de oposição centrista, o Plataforma Cívica (PO).
A eleição aconteceria em maio, quando Duda era o líder nas pesquisas, mas teve que ser adiada pela pandemia de coronavírus.
O apoio a Duda caiu consideravelmente desde então, também pelas consequências da pandemia, que levaram a Polônia a sua primeira recessão desde a queda do regime comunista.
Analistas apontam que o resultado do 2º turno pode ser apertado e gerar recursos nos tribunais.
A consultoria Eurasia Group destacou que Trzaskowski teve que mobilizar diferentes tipos de eleitores contra Duda, mas acredita que a vitória provavelmente será do atual presidente, por pequena margem.
Após votar, Wojciech, um operário da construção civil de 59 anos, disse ter votado em Duda por seus vínculos estreitos com o presidente americano, Donald Trump, "o que significa que contaremos com os Estados Unidos para nos defender" e "porque estou de acordo" com a proibição da adoção a casais do mesmo sexo.
Outros votaram em Trzaskowski esperando melhorar as relações com a União Europeia.
"É importante para nós ter uma boa cooperação com nossos parceiros europeus", disse a aposentada Danuta Lutecka, que disse esperar que uma troca de presidente gere "menos ódio e divisões" entre os poloneses.