Hospital

Reunião discute possível fechamento do Ilumina

Reunião realizada ontem na Prefeitura Municipal discutiu a situação do Hospital Ilumina, que está com atendimento suspenso. Ação no Ministério Público pede investigação sobre a real condição da policlínica

Romualdo Cruz Filho
07/07/2022 às 08:32.
Atualizado em 07/07/2022 às 08:34
Sub secretário da Saúde, Augusto Muzilli, secretário Carlos Alberto Beltrame e procurador-geral Guilherme Mônaco discutiram sobre o Hospital Ilumina em reunião no Centro Cívico (Divulgação)

Sub secretário da Saúde, Augusto Muzilli, secretário Carlos Alberto Beltrame e procurador-geral Guilherme Mônaco discutiram sobre o Hospital Ilumina em reunião no Centro Cívico (Divulgação)

Está se formando um cenário em que se questiona a competência da diretoria da Associação Ilumina para continuar à frente na gestão da policlínica da qual é responsável, no Altos do Taquaral, popularmente conhecida como Hospital Ilumina. Ontem houve uma reunião na Secretaria de Saúde, com a presença do procurador-geral, Guilherme Mônaco de Mello, do secretário de governo, Carlos Alberto Lordello Beltrame, do subsecretário de Saúde, Augusto Muzilli, dos vereadores Josef Borges (Solidariedade) e Fabrício Polezi (Patriotas). 

O assunto era o fechamento da unidade, que está inativa há 90 dias sem atendimento presencial, segundo declaração de Antonio Manoel da Silva (Toninho), líder comunitário do Altos do Taquaral, em documento protocolado junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). Na ação (protocolo 37072328032022), o reclamante pede que a promotoria de Justiça investigue a real situação do hospital, aponta também para a falta de limpeza e manutenção do local. Sendo que a policlínica foi construída em área doada pelo município e com recursos (R$ 28 milhões) do Ministério Público do Trabalho (TRT-15), considera a unidade um patrimônio da cidade. Obra, por sinal, acompanhada pelo Hospital do Amor de Barretos.

Toninho, em seu pedido, solicita que a Promotoria de Justiça da Área da Saúde verifique o impacto social decorrente do fechamento do hospital e pelo não atendimento à população. Para a prefeitura, todos os recursos em emendas parlamentares destinados à Associação Ilumina foram devidamente repassados, não ficando nada pendente, e que a entidade não apresentou um plano de trabalho para dar sequência à parceria que estabeleceu com a Secretaria de Saúde, para prestação de serviços de rastreamento ativo de cânceres. Tanto é que o governo municipal teve que terceirizar o serviço.

A Prefeitura informou em nota que não houve, por parte da diretoria do Ilumina, nenhuma proposta para que o Executivo Municipal assumisse a gestão da clínica. "É importante destacar que a reativação dos serviços da Policlínica depende única e exclusivamente do Ilumina, uma vez que se trata de uma Associação Privada com administração exclusiva de sua diretoria e demais membros de conselho", enfatiza o governo.

Nota da Associação Ilumina

Em nota, a Associação Ilumina voltou a insistir nos mesmos pontos apontados em matéria anterior da Gazeta. "É de conhecimento público que a Instituição atravessa período de grave dificuldade financeira ocasionada por diversos fatores, dentre os quais o longo período de isolamento social e restrição de circulação de pessoas por causa da pandemia, ao longo dos anos de 2020 e 2021 e a interrupção do convênio com a prefeitura de Piracicaba, no qual a remuneração era diretamente atrelada ao atendimento efetivamente prestado".

Reforça o fato de ter seu fluxo de caixa reduzido, o que levou à diminuição de suas atividades. Esses fatores, somados ao cenário econômico atual, "trouxeram grande dificuldade para a continuidade do funcionamento da Associação Ilumina, o que se refletiu na interrupção temporária de suas atividades".

Destaca novamente que a unidade está paralisada há cerca de 20 dias. Além da preocupação com os profissionais, a nota fecha com uma perspectiva frágil sobre a retomada das atividades, por não definir prazo: "Neste contexto, importa destacar que a Associação Ilumina tem se movimentado no sentido de retomar o seu pleno funcionamento o mais rapidamente possível, reestruturada e com parcerias renovadas no menor tempo possível". 

A assessoria de comunicação da Associação Ilumina disse que nem a presidente do Conselho de Administração, Adriana Brasil, nem a presidente da entidade, Christianne Amalfi, iriam se manifestar.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por