Duas importantes revistas médicas britânicas pediram ao governo Boris Johnson, nesta terça-feira (15), que reverta seus planos de relaxar as restrições ao coronavírus no Natal, alertando que seria "outro grande erro que poderá custar muitas vidas"
Duas importantes revistas médicas britânicas pediram ao governo Boris Johnson, nesta terça-feira (15), que reverta seus planos de relaxar as restrições ao coronavírus no Natal, alertando que seria "outro grande erro que poderá custar muitas vidas".
Em um incomum editorial conjunto, o British Medical Journal (BMJ) e o Health Service Journal (HSJ) alertaram que a ideia de permitir que três famílias se reúnam em ambientes fechados por cinco dias poderia provocar um aumento repentino nas hospitalizações e colapso do serviço público de saúde.
Os responsáveis por ambas as publicações pediram ao Executivo para siga o exemplo de outros países europeus, como Alemanha, Itália e Holanda, e que mantenha rígidas restrições durante as festas da próxima semana.
"Acreditamos que o governo está prestes a cometer outro grande erro que custará muitas vidas", escreveram, observando que este é apenas seu segundo editorial conjunto em seus mais de 100 anos de história.
Este apelo se dá depois de o Executivo de Johnson ter anunciado, na véspera, que Londres e partes do sudeste da Inglaterra passarão nesta quarta-feira (16) para o nível máximo de alerta contra a covid-19. A decisão acontece, devido ao disparo nos contágios, que coincide com o surgimento de um mutação do coronavírus no país.
O Executivo afirmou, porém, que não pode garantir que essa cepa seja a causa do aumento das infecções. Segundo o governo, ela não é mais perigosa, nem reage de forma diferente às vacinas que o país começou a distribuir, recentemente, para sua população mais vulnerável.
Assim, apenas duas semanas depois de sua reabertura, após o segundo confinamento, bares, restaurantes, cinemas, museus e outros locais de lazer da capital terão de fechar novamente suas portas ao público, nesta quarta-feira.
Também fica proibido estar em locais fechados com pessoas que não morem na mesma casa. As reuniões ao ar livre devem ser limitadas a grupos de seis, incluindo crianças.
Ao anunciar essas medidas, o ministro da Saúde, Matt Hancock, disse na segunda-feira que o governo planeja manter as flexibilizações previstas para o Natal, mas vários meios de comunicação noticiaram que o Executivo se prepara para revisar essas propostas amanhã.
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