A Rússia anunciou nesta sexta-feira (5) a expulsão de diplomatas da Suécia, Polônia e Alemanha que acusam de terem participado de protestos a favor do oponente preso Alexéi Navalny, em meio à visita do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, com a quem Moscou havia prometido cooperar
A Rússia anunciou nesta sexta-feira (5) a expulsão de diplomatas da Suécia, Polônia e Alemanha que acusam de terem participado de protestos a favor do oponente preso Alexéi Navalny, em meio à visita do chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, com a quem Moscou havia prometido cooperar.
Esses diplomatas, cujo número não foi especificado, supostamente participaram de "manifestações ilegais em 23 de janeiro" em São Petersburgo e Moscou, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
O anúncio da expulsão ocorre após uma reunião em Moscou do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, com Borrell, durante a qual ele comunicou as expulsões, de acordo com um porta-voz europeu.
Borrell condenou "veementemente" a decisão de expulsar "três diplomatas" e enfatizou que "ela deve ser reconsiderada", disse o porta-voz da diplomacia europeia, Peter Stano.
"Consideramos essas expulsões injustificadas. Acreditamos que é outro aspecto que pode ser observado agora que a Rússia está muito longe do Estado de Direito", disse a chanceler Angela Merkel em entrevista coletiva conjunta com o presidente francês Emmanuel Macron, que condenou com "a maior firmeza" a decisão russa.
A Suécia, por sua vez, considerou a exulsão de seu diplomata "totalmente infundada" e anunciou que "se reserva o direito de reagir apropriadamente".
E a Polônia alertou que a expulsão de seu diplomata poderia "aprofundar ainda mais a crise nas relações bilaterais".
Os ministros das Relações Exteriores da Polônia e da Alemanha convocaram o embaixador russo às suas capitais para expressar seu desconforto.
Por sua vez, o ministério russo considerou as "ações" dos diplomatas "inaceitáveis e incompatíveis com seu status" e ordenou que deixassem o país "em um futuro próximo".
"O lado russo espera que no futuro as missões diplomáticas" da Suécia, Polônia e Alemanha "respeitem escrupulosamente as normas do direito internacional", acrescentou.
Horas antes, Borrell havia considerado que o relacionamento com a Rússia estava em seu nível "mais baixo" devido ao caso Navalny, embora ele concordasse com Lavrov em buscar maneiras de cooperar.
A polícia russa deteve mais de 10.000 pessoas durante protestos massivos no país para exigir a libertação de Navalny, um ativista anticorrupção de 44 anos.
O opositos foi preso em meados de janeiro ao retornar da Alemanha a Moscou, onde se recuperou de um envenenamento que atribui ao presidente russo Vladimir Putin e às forças de segurança do FSB.
Ele foi condenado na terça-feira a cumprir pena de dois anos e oito meses de prisão por não respeitar um controle judicial de 2014.