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Rússia investiga opositora aliada de Navalny por suspeita de "ameaças"

A equipe de Alexei Navalny anunciou nesta sexta-feira que uma investigação foi aberta na Rússia contra uma de suas colaboradoras, acusada de ameaçar um suposto agente dos serviços de segurança que, segundo o líder opositor, teria participado na tentativa de envenená-lo

AFP
25/12/2020 às 09:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:11

A equipe de Alexei Navalny anunciou nesta sexta-feira que uma investigação foi aberta na Rússia contra uma de suas colaboradoras, acusada de ameaçar um suposto agente dos serviços de segurança que, segundo o líder opositor, teria participado na tentativa de envenená-lo.

A investigação por "violação de domicílio e ameaças" tem como alvo Lyubov Sobol, que se compareceu na segunda-feira passada à residência do suposto agente do FSB (Serviço Federal Russo), anunciou no Twitter Ivan Jdanov, diretor do Fundo de Luta contra Contra a Corrupção, organização fundada por Navalny.

A pena máxima por este delito é de dois anos de prisão.

De acordo com a equipe de Navalny, a polícia russa prendeu nesta sexta-feira Lyubov Sobol em sua residência de Moscou e ela foi levada para o Comitê de Investigação da Rússia, um órgão poderoso que é responsável pelas principais investigações criminais.

"É a polícia", afirma Sobol em um vídeo gravado em seu apartamento no momento em que a porta é alvo de batidas.

Imagens de uma câmera de segurança externa do edifício mostram homens de capacetes e com os rostos cobertos. Eles usam uma fita isolante para impedir as filmagens.

Navalny afirmou na segunda-feira que enganou e conseguiu desmascarar um suposto agente do FSB, Konstantin Kudriavtsev, para que admitisse por telefone que tentaram envenená-lo em agosto na Sibéria.

O agente, pensando que falava com uma autoridade do governo, explicou que os serviços russos envenenaram o opositor.

O governo denunciou a conversa como uma "falsificação", mas não desmentiu que o interlocutor do líder opositor é um agente nem que ele era membro da equipe que investigava Navalny.

O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que Navalny estava sendo vigiado, após a divulgação de uma investigação da imprensa internacional que apontou oito agentes secretos, incluindo especialistas em armas químicas, que durante anos foram responsáveis por monitorar o opositor. Kudriavtsev estava entre eles.

A advogada Lyubov Sobol, uma colaboradora próxima de Navalny, revelou que esteve na segunda-feira diante do edifício em que o suposto agente morava.

Sobol divulgou o endereço de Kudriavtsev na internet e muitos jornalistas compareceram ao local.

A polícia foi mobilizada e a ativista acabou detida, após uma denúncia de Konstantin Kudriavtsev.

Três laboratórios europeus concluíram que Navalny foi envenenado com uma substância neurotóxica do grupo Novichok, desenvolvida com objetivos militares na época soviética.

as/emg/bc-es/fp

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