CONSCIENTIZAÇÃO

Saúde monitora casos suspeitos de zika vírus na cidade

Além de um caso confirmado de uma grávida, há, ainda, oito gestantes em observação

Adriana Ferezim
adriana.ferezin@gazetadepiracicaba.com.br
04/02/2016 às 13:14.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:43

Secretário Pedro Mello: 'Não existe teste exclusivo para detectar o zika vírus. Temos um teste que identifica, mas é complexo' (Antonio Trivelin )

Se alguém ainda não estava convencido dos riscos da dengue e não eliminou recipientes que possam ser criadouros do mosquito Aedes aegypti de seus quintais precisa se conscientizar e aderir à guerra contra o mosquito e ao zika vírus. A campanha foi lançada na terça-feira pela Gazeta e conta com adesão de entidades e da Prefeitura. Piracicaba registrou um caso confirmado de uma grávida com zika vírus e há outras oito gestantes com suspeita de ter contraído a doença que estão sendo monitoradas pelas equipes do Pacto Contra a Mortalidade Infantil, conforme o secretário municipal de Saúde, Pedro Mello. Segundo ele, essa doença é perigosa e pode atingir mais pessoas do que a dengue, porque, além de poder ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue e da chikungunya), a contaminação pode ocorrer por transfusões de sangue, relações sexuais e a transplacentária - a grávida contrai o vírus e transmite ao feto. “O zika vírus é suspeita de causar microcefalia em mais de quatro mil recém-nascidos no Brasil desde o ano passado. Outro risco é que há indícios de que a doença abre a possibilidade das pessoas desenvolverem a Síndrome de Guillain-Barré, doença que causa uma polineuropatia aguda periférica ascendente, começa com a pessoa perdendo os movimentos das pernas e pode atingir o diafragma, impedindo-a de respirar, obrigando o uso de respirador artificial e levando até a óbito”, informou. Mello ressalta ainda que outro risco do zika vírus é que 80% das pessoas são assintomáticas, contraem a doença, mas não apresentam sintomas. Ele acredita que muitos casos suspeitos de pessoas com sintomas semelhantes ao da dengue e que tiveram resultado negativo nos exames - para dengue - podem ter contraído o zika vírus. “Não existe teste exclusivo para detectar o zika vírus. Temos um teste que identifica, mas é complexo. Também não há vacina”, alerta. O secretário informa que os sintomas provocados pelo zika vírus são mais brandos que os da dengue, mas os riscos são maiores porque atingem o sistema nervoso central, abrindo a possibilidade da Síndrome de Guillain-Barré e da microcefalia. Os sintomas do zika são conjuntivas avermelhadas (olhos vermelhos), dor no corpo, febre e exantemas (manchas vermelhas pelo corpo). “Apenas 20% dos pacientes que contraem o zika vírus apresentam esses sintomas. Mesmo os que não desenvolvem nenhum deles transmite a doença”. Origem O vírus que causa a doença foi identificado na floresta Zika, em Uganda, na África, entre macacos, em 1952, conforme o secretário Pedro Mello. “Durante anos ela ficou restrita àquela região e países vizinhos. No Brasil, uma suspeita é que ela tenha chegado na Copa do Mundo de 2014, na Bahia e se propagou pelo Nordeste primeiro”, explicou. No Brasil é transmitida pelo Aedes aegypti e por esse motivo é preciso eliminá-lo. Seus ovos podem durar até dois anos em recipientes secos que possam a vir a ter água.

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