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Seguros aliviariam impacto em caso de cancelamento dos Jogos Olímpicos por coronavírus

No momento em que a expansão da nova epidemia de coronavírus continua gerando dúvidas sobre a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que estão marcados para começar em 24 de julho, o Comitê Olímpico Internacional tem uma garantia diante de um possível risco de cancelamento

AFP
06/03/2020 às 21:52.
Atualizado em 07/04/2022 às 08:48

No momento em que a expansão da nova epidemia de coronavírus continua gerando dúvidas sobre a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que estão marcados para começar em 24 de julho, o Comitê Olímpico Internacional tem uma garantia diante de um possível risco de cancelamento.

Não poder celebrar os Jogos acarretaria perdas econômicas muito importantes e, por isso, a entidade, desde a edição de Atenas-2004 e a presidência do belga Jacques Rogge, atenua os possíveis efeitos assinando um seguro.

O primeiro Comitê Organizador dos Jogos (Cojo) a assinar essa garantia foi na ocasião dos jogos "de Moscou em 1980, sob contrato assinado com o Lloyd"s, de Londres", explica Patrick Vajda, especialista em riscos e seguros esportivos na empresa francesa SIACI Saint Honoré.

Para Tóquio-2020, o COI "se garantiu em caso de cancelamento dos Jogos Olímpicos, assim como um bom número de federações internacionais", confirmou um porta-voz do organismo.

Segundo fontes concordantes, o COI assinou com várias empresas, incluindo a Swiss Ré, um seguro sobre o risco de cancelamento.

O contrato da cidade anfitriã, assinado por Tóquio e que dá ao COI o poder de cancelar o evento se "a segurança dos participantes estiver seriamente ameaçada", contempla ao mesmo tempo que o Comitê Organizador local deve "assinar um seguro" que cubra "o conjunto de riscos".

Questionados pela AFP, os organizadores japoneses não dão detalhes sobre o assunto, repetindo que "não tem se falado sobre o cancelamento dos Jogos".

"Todos os riscos estão de fato cobertos, com exceção daqueles formalmente excluídos e que podem ser acrescentados", explica Vajda, que participou dos seguros de dez edições. "Dois riscos principais podem ser adicionados: o risco de terrorismo e de doenças contagiosas", diz ele.

Um cancelamento relacionado ao novo coronavírus, cuja epidemia surgiu após a assinatura de contratos de seguro, está coberto.

A cobertura do cancelamento dos Jogos, que também inclui atentados e terremotos, é um assunto que ganha importância por minutos, levando em consideração que enormes quantias de dinheiro estão em jogo.

O valor teórico a ser coberto em caso de cancelamento seria de quase US$ 5 bilhões, correspondendo essencialmente a direitos de televisão, patrocinadores e venda de ingressos. Esse dinheiro é usado para financiar os Comitês Olímpicos Nacionais, as Federações Internacionais dos Esportes Olímpicos e o próprio COI.

Cancelar Tóquio-2020 teria um impacto devastador, já que os seguros não cobririam todas as perdas. "O máximo que se pode cobrir em caso de cancelamento é de US$ 1,3 bilhões, talvez 1,5 bilhões", explica Vajda.

As consequências seriam então graves para o movimento olímpico, que ficaria privado de grande parte dos recursos que lhe permitiriam viver nos próximos quatro anos, entre uma edição dos Jogos e a seguinte, apesar do fato de o COI ter criado um fundo de reserva de cerca de 1 bilhão de dólares, para ajudar em caso de imprevistos.

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