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Separatistas do sul do Iêmen proclamam autonomia e crise se agrava

Os separatistas do sul do Iêmen proclamaram, neste domingo (26), sua autonomia após o fracasso de um acordo de paz com o governo, agravando o conflito que há anos se arrasta no país, palco de uma grave crise humanitária

AFP
26/04/2020 às 09:19.
Atualizado em 31/03/2022 às 01:55

Os separatistas do sul do Iêmen proclamaram, neste domingo (26), sua autonomia após o fracasso de um acordo de paz com o governo, agravando o conflito que há anos se arrasta no país, palco de uma grave crise humanitária.

O principal confronto armado no Iêmen é entre os rebeldes huthis, apoiados pelo Irã e que controlam o norte do país, incluindo a capital Sanaa, e as forças do governo, apoiadas por uma coalizão liderada pela Arábia Saudita.

Mas no campo legalista também há divisões profundas, entre o governo no exílio em Áden (sul) e um movimento separatista, o Conselho de Transição do Sul (STC).

Se um acordo foi alcançado no outono para congelar essa disputa, o STC acusou o governo neste domingo de não cumprir suas obrigações e de "conspirar" contra a causa do Sul.

Declarou, portanto, a "autonomia" da região a partir de 00h00.

"Um comitê de autonomia começará seu trabalho com base em uma lista de tarefas atribuídas pela presidência do Conselho", acrescentou o STC em comunicado.

Essa proclamação foi imediatamente condenada pelo governo: os separatistas, mobilizados há tempos pela independência do Sul, serão responsáveis pelo resultado "catastrófico e perigoso" dessa etapa, considerou.

A ruptura entre esses ex-aliados ocorre quando a coalizão liderada por Riade estendeu um cessar-fogo unilateral contra os huthis, a fim de conter a pandemia de coronavírus.

A oferta, no entanto, foi rejeitada pelos huthis, e os combates continuam neste país devastado pela guerra.

O acordo entre o governo iemenita e o STC foi assinado em 5 de novembro em Riade depois que os separatistas assumiram o controle de Áden. Previa, de acordo com fontes políticas iemenitas e sauditas, integrar membros do STC ao governo, que retornaria a Áden.

No entanto, este pacto foi considerado sem validade, devido à não aplicação das principais medidas, incluindo a formação de um governo com o STC.

Logo após o anúncio do término do acordo, os moradores de Áden relataram destacamentos massivos de forças do STC na cidade.

Uma fonte separatista disse à AFP que postos de controle foram montados "em todas as instalações do governo, incluindo banco central e porto", enquanto veículos militares cruzam a cidade com bandeiras do movimento.

Sinal de que o cenário político no sul é complexo, algumas cidades declararam não reconhecer a autonomia.

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