INTERNACIONAL

Ser vice nos Estados Unidos: um cargo de prestígio ou um mero auxiliar?

O pré-candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, anunciará dentro de alguns dias quem o acompanhará na chapa às eleições de novembro

AFP
02/08/2020 às 12:03.
Atualizado em 25/03/2022 às 17:26

O pré-candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, anunciará dentro de alguns dias quem o acompanhará na chapa às eleições de novembro. Mas o que realmente faz um vice-presidente nos Estados Unidos?

É possível que a vice-presidência americana não seja tão frustrante e desconcertante quanto o papel de Julia Louis-Dreyfus na série "Veep", da HBO.

Os vices americanos são um pouco como os músicos de apoio de um show. Percorrem o país, dizendo às pessoas o quanto seu chefe é genial. E embora trabalhem em um dos edifícios mais famosos do mundo, não haverá muitas ruas com seus nomes quando saírem de lá.

Mas mesmo assim, são muito importantes por uma simples razão: estão a um triz da Presidência.

John Tyler, Millard Fillmore, Andrew Johnson, Chester Arthur, Theodore Roosevelt, Calvin Coolidge, Harry Truman e Lyndon Johnson viraram presidentes após a morte do mandatário.

No caso de Johnson, foi depois do assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963. Ele prestou juramento duas horas e oito minutos depois, a bordo do Air Force One. E Gerald Ford o fez apenas meia hora depois de Richard Nixon assinar sua renúncia, em 1974.

O vice-presidente de Donald Trump, Mike Pence, se encaixa na imagem tradicional de um segundo violino.

Pence tem funções importantes, inclusive a de coordenar a equipe de resposta do novo coronavírus na Casa Branca, mas sua tarefa principal parece ser elogiar o trabalho de Trump.

Biden, que foi vice nos dois mandatos de Barack Obama, diz estar em busca de algo diferente.

Ele fala com carinho de suas responsabilidades quando ocupava o cargo, enfatizando como dirigiu no governo o resgate maciço da economia em 2009. E diz que quer que seu próprio vice-presidente seja "simpático" como ele.

"Penso que Biden está procurando um parceiro político", alguém que "realmente funcione como um de seus assessores mais próximos", disse Joel Goldstein, professor de direito da Universidade de Saint Louis e especialista em vice-presidência.

Biden, que se for eleito, terá 78 anos ao assumir o cargo, tem claro que se vê como uma figura de transição. Seu (sua) adjunto(a), que provavelmente será alguém muito mais jovem, seria essencialmente o(a) próximo(a) candidato(a) democrata.

E visto que Biden declarou que escolherá uma mulher, ela faria História, independentemente de como for a sua gestão.

Só outras duas mulheres foram escolhidas até hoje candidatas à vice-presidência: Geraldine Ferraro em 1984 e Sarah Palin em 2008. Nenhuma delas chegou à Casa Branca.

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