Os governos do Kosovo e da Sérvia chegaram a um histórico acordo para normalizar suas relações econômicas - anunciou o presidente americano, Donald Trump, nesta sexta-feira (4) na Casa Branca
Os governos do Kosovo e da Sérvia chegaram a um histórico acordo para normalizar suas relações econômicas - anunciou o presidente americano, Donald Trump, nesta sexta-feira (4) na Casa Branca. O pacto poderia ajudar a resolver um dos conflitos territoriais mais complicados da Europa.
Além disso, Kosovo e Sérvia concordaram em melhorar suas relações com Israel: Kosovo reconhecerá formalmente o Estado hebraico e a Sérvia mudará sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
"Sérvia e Kosovo se comprometeram com a normalização econômica", disse Trump no Salão Oval, com o primeiro-ministro do Kosovo, Avdullah Hoti, e o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, sentados ao seu lado.
"Demorou décadas, porque ninguém tentou", acrescentou o presidente dos Estados Unidos, em intensa campanha por sua reeleição em novembro.
"Foram muitas lutas e agora há muito amor (...) a economia pode unir os povos", ressaltou.
O acordo, apresentado como "histórico" pela Casa Branca, a princípio não resolve, porém, a profunda disputa política entre os dois países balcânicos.
Belgrado se recusa a reconhecer a independência proclamada em 2008 por Kosovo após a guerra no final da década de 1990, que deixou 13.000 mortos.
A Sérvia, por sua vez, tem o apoio da Rússia e da China, enquanto os Estados Unidos foram um dos primeiros a reconhecer o novo estado de Kosovo.
Os líderes sérvios e kosovares se reuniram desde a quinta-feira em Washington sob a mediação de Robert O"Brien, conselheiro de Segurança Nacional de Trump, e emissário americano Richard Grenell.
A cúpula de Washington, participando de forma inusitada de um processo tradicionalmente liderado por europeus, oficialmente buscou promover apenas o "fortalecimento das relações econômicas" entre os dois países.
As negociações políticas serão retomadas na segunda-feira em Bruxelas, onde Vucic e Hoti se encontrarão com o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
"Acho que os europeus ficarão muito felizes", afirmou Grenell a repórteres, observando que a questão está estagnada. "Eles estavam discutindo sobre os mesmos símbolos, palavras, verbos, adjetivos, era um pesadelo", acrescentou.
É por isso que os Estados Unidos queriam "começar pela economia para que a política pudesse ser discutida a partir daí", disse Grenell.
O primeiro-ministro kosovar disse que "todos os acordos firmados" em relação à infraestrutura, incluindo o transporte, "totalizam mais de 1 bilhão de euros" e deverão ser implementados "dentro de um ano".
"Teremos um mercado comum e, portanto, não haverá mais surpresas com tarifas alfandegárias", acrescentou o presidente sérvio, referindo-se às tarifas de 100% impostas há dois anos por Pristina aos produtos sérvios.
Washington disse que se concentraria exclusivamente no "fortalecimento das relações econômicas" entre os dois países e ignoraria qualquer sinal de resolução política.