Dias de paralisação não serão descontados na folha de pagamento até decisão judicial
Mesa Diretora ratificou decisão aos dirigentes sindicais ontem (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
A Mesa Diretora da Câmara Municipal afirmou, ontem, que não efetuará qualquer desconto na folha de pagamento de seus servidores que aderiram à greve, sem que exista em definitivo a decisão judicial sobre o assunto.
O posicionamento, segundo o parlamento local em nota, não é decorrência de nenhuma articulação sindical, "e já havia sido expressado pelo presidente da Câmara, Gilmar Rotta (PP), na última terça-feira (12), aos chefes de Departamento da Casa".
"A Câmara esclarece que, na manhã desta quinta (14), apenas ratificou esta posição aos dirigentes que representam o sindicato da categoria no município, em reunião na sala da presidência, que teve ainda a presença dos demais membros da Mesa Diretora, o vice-presidente Acácio Godoy (PP), a primeira-secretária Ana Pavão (PL) e o segundo-secretário Pedro Kawai (PSDB)".
Resistência
A comissão de Negociação Salarial do Sindicato dos Municipais está traçando um plano de resistência até que as cortes superiores de Justiça possam se manifestar sobre a greve dos servidores públicos e a decisão do TJSP, que pôs fim de forma compulsória ao movimento, no dia 5 de abril.
A reunião do grupo aconteceu esta semana e envolveu servidores de todos os principais setores da gestão publica. Para o dia 18 de abril, segunda-feira, está sendo planejado um movimento, com atividades no Terminal Central de Integração (TCI), caminhadas até a Câmara Municipal e mobilização da categoria.
"Estamos nos organizando e as lutas estão sendo travadas pelo departamento jurídico da entidade e junto à Câmara Municipal, com apoio da sociedade civil e dos apoiadores dos servidores. São muitas frentes organizadas e muitas novidades possíveis", disse o diretor dos Municipais, Osmir Bertazzoni.
Há a crença, por parte da categoria, que a casa chegue ao STF e haja uma decisão favorável ao direito de greve, não respeitada no âmbito do TJSP, ao dar liminar exigindo a volta da maioria dos profissionais aos seus postos de trabalho, o que contradiz o direito de greve. "Não há greve sem profissionais parados", observa Bertazzoni. "Todas as exigências legais sobre serviços essenciais foram seguidas à risca pelo movimento".