INTERNACIONAL

Sob sombra da 'Grande Depressão', líderes mundiais buscam respostas para a pandemia

Os dirigentes mundiais tentam, nesta quinta-feira (9) deixar de lado suas divisões para aportar respostas concretas para a pandemia do novo coronavírus, que deixou mais de 90

AFP
09/04/2020 às 17:18.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:12

Os dirigentes mundiais tentam, nesta quinta-feira (9) deixar de lado suas divisões para aportar respostas concretas para a pandemia do novo coronavírus, que deixou mais de 90.000 mortos no mundo e ameaça mergulhar o planeta em um desastre econômico sem precedentes.

A pandemia provocará "a pior queda econômica desde a Grande Depressão" de 1929, que pode atingir especialmente as regiões mais vulneráveis, como a América Latina, alertou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

Com este panorama, os ministros europeus das Finanças iniciaram esta tarde uma videoconferência para buscar uma resposta econômica comum à crise, após um primeiro encontro que terminou em fracasso esta semana.

Os países do norte, especialmente Holanda e Alemanha, e do sul se enfrentam sobre uma possível mutualização da dívida. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, chamou os 27 membros a negociar "ombro a ombro" para responder à crise com medidas orçamentárias.

Pela primeira vez desde o início da pandemia, o Conselho de Segurança da ONU se reúne também nesta quinta para tentar esquecer suas desavenças, especialmente entre Estados Unidos e China, em um encontro por videoconferência a portas fechadas, dedicado à COVID-19.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que é "o momento da unidade" e não de críticas, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou a gestão da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os principais países produtores de petróleo, encabeçados pelos membros da Opep, celebraram nesta quinta-feira por videoconferência conversas para tentar acordar uma redução na produção que ponha fim à queda vertiginosa de preços devido à pandemia e à redução brutal da demanda.

Segundo o ministro kuwaitiano do Petróleo, Khaled al Fadhel, o objetivo é "restabelecer o equilíbrio do mercado e impedir novas quedas nos preços" e por isso se propõem a reduzir a produção de 10 a 15 milhões de barris diários.

Enquanto isso, a pandemia não dá trégua e segue se espalhando. Do milhão e meio de contágios no mundo, mais de 90.000 resultaram em morte, metade em Itália, Espanha e Estados Unidos, segundo contagem da AFP, estabelecido na tarde desta quinta, com base em fontes oficiais.

Os Estados Unidos (mais de 15.000 mortos e 430.000 casos) são o país com mais infecções e onde a doença avança mais rápido.

Em Nova York, epicentro do surto americano, foi registrado um novo recorde de 799 mortes em 24 horas, mas só houve 200 novos pacientes hospitalizados, o menor número que tivemos desde que este pesadelo começou, disse o governador Andrew Cuomo.

"Com sorte vamos ao último trecho, rumo à luz no fim do túnel", disse Trump.

O desemprego nos Estados Unidos, no entanto, não para de alcançar níveis históricos: 6,6 milhões de pessoas a mais pediram auxílio-desemprego, segundo cifras publicadas nesta quinta-feira.

Na Europa, a Itália, com mais de 140.000 casos e 18.279 mortes, encabeça a lista trágica. Entre os mortos está uma centena de médicos, informou a federação que reúne o sindicato.

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