Soldado americano revê crianças que salvou na Itália em 1944

Martin Adler, um ex-soldado americano de 96 anos, realizou o sonho de se reunir, ainda que virtualmente, com as três crianças que salvou em 1944, durante uma operação militar na Segunda Guerra Mundial.

Graças ao poder das redes sociais, Adler, que reside na Flórida (Estados Unidos), conseguiu falar com elas após a publicação de uma foto antiga com as crianças na página dos veteranos na Internet, 76 anos depois de ter estado prestes a crivá-los de balas em um povoado perto da Bolonha.

Bruno, Mafalda e Giuliana Naldi, que na época tinham 7, 6 e 3 anos, lembraram do dia com Adler, que desde então não se esqueceu deles.

"O silêncio reinava, não sabíamos se os alemães tinham se retirado ou se nos esperavam escondidos e tinham montado uma armadilha para nós", contou o veterano em uma entrevista.

"Entramos em uma casa. Havia um enorme baú de madeira, de onde se ouviam barulhos estranhos. John e eu estávamos com o dedo no gatilho, prontos para atirar. Podiam ser alemães", lembrou.

"Bambini, bambini!" (Crianças, crianças!) gritou de repente uma mãe italiana. Os três filhos saíram do baú de madeira, rindo. Adler também ficou feliz em não ter apertado o gatilho.

O soldado quis imortalizar o momento e tirou uma foto com as três crianças, embora a mãe tenha exigido que os pequenos possassem com suas melhores roupas.

"É a lembrança mais feliz que tenho do inferno que foi a guerra", confessou Adler, cuja filha, Rachelle, quis publicar a foto antiga na página dos veteranos dos Estados Unidos na internet, com a esperança de encontrar as crianças, apesar de seu pai não se lembrar do nome exato do povoado.

Em menos de três dias, a convocação do veterano teve resposta na Itália.

"A roupa que vestiam na foto foi confeccionada pela minha mãe, assim quando vi a foto, imediatamente disse, "Esse sou eu"", contou Bruno, o mais velho, hoje com 83 anos, entrevistado pelo telejornal da emissora pública Rai.

"Ciao bambini!" (Olá, crianças!), exclamou Adler durante a chamada no domingo.

"Sou Mafalda", revelou uma senhora de cabelos brancos, de 82 anos, que usava uma máscara, assim como sua irmã mais nova, Giuliana, de 79.

"Era como voltar a estar na frente do baú", disse Adler, nascido no Bronx, em Nova York, e que lutou na Itália em março de 1944 na 85ª Divisão de Infantaria.

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