INTERNACIONAL

Sombra da extrema-direita paira sobre o mandato de Trump

De Charlottesville a Cleveland, a sombra da violenta extrema-direita paira sobre o mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, frequentemente acusado de ambiguidades em suas negociações com os supremacistas brancos

AFP
30/09/2020 às 21:26.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:21

De Charlottesville a Cleveland, a sombra da violenta extrema-direita paira sobre o mandato do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, frequentemente acusado de ambiguidades em suas negociações com os supremacistas brancos.

Trump tentou nesta quarta-feira(30) desarmar a polêmica criada por suas declarações durante o debate com o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, quando disse que os Proud Boys, um pequeno grupo nacionalista, tinham que "recuar e esperar".

A frase gerou uma onda de críticas. Diante da imprensa, Trump exortou as milícias de extrema-direita a deixarem a polícia "fazer seu trabalho" diante da violência cometida, segundo ele, por ativistas antifascistas que há vários meses se manifestam contra o racismo e a brutalidade policial em todo o país.

Essas marchas às vezes terminam em confrontos violentos com a polícia ou grupos paramilitares. Dois antifascistas e um membro de um pequeno grupo de extrema-direita foram mortos durante as manifestações.

"Não sei quem são os Proud Boys. Tudo o que posso dizer é que eles precisam dar um passo atrás e deixar a polícia fazer seu trabalho", disse o presidente, garantindo que "sempre denunciou" os partidários da supremacia branca.

A campanha de Trump já havia tentado reduzir os danos.

"Ele disse que eles deveriam se retirar, ele estava errado, ele está mais do que feliz em condenar" a extrema-direita, disse seu filho, Donald Trump Jr, à CBS na terça-feira.

Os democratas condenaram por unanimidade as palavras de Trump durante o debate em Cleveland, Ohio.

"Não há outra maneira de colocar isso: o presidente dos Estados Unidos se recusou a repudiar os supremacistas brancos durante o debate da noite passada", disse Biden no Twitter.

"Minha mensagem para os Proud Boys e para todos os outros grupos de supremacia branca é parem e desistam", insistiu ao falar com um grupo de jornalistas em Ohio.

O grupo paramilitar, fundado em Nova York em 2016 apenas por homens e que apoia Trump, transformou a frase do presidente "Stand Back, Stand By" em seu slogan na noite de terça-feira, colocando-a nas redes sociais e em camisetas.

"O presidente Trump disse aos Proud Boys para esperarem porque alguém tem que lidar com o ANTIFA ... bem, senhor! Estamos prontos", disse Joe Biggs, um dos militantes dos Proud Boys, na Parler, uma rede social semelhante ao Twitter que não bloqueia extremistas.

Em agosto de 2017, centenas de ativistas de ultradireita se reuniram em Charlottesville, Virgínia, onde enfrentaram manifestantes antirracistas.

Um simpatizante neonazista atropelou uma multidão com um veículo, matando uma pessoa e Ferindo 19.

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