INTERNACIONAL

Suécia mantém estratégia apesar do aumento de casos de coronavírus

Enquanto grande parte da Europa endurece as medidas para conter a pandemia de covid-19, a Suécia mantém sua estratégia, com ajustes ao aumento de casos, mas sem confinamentos ou medidas coercitivas

AFP
23/10/2020 às 07:05.
Atualizado em 24/03/2022 às 09:41

Enquanto grande parte da Europa endurece as medidas para conter a pandemia de covid-19, a Suécia mantém sua estratégia, com ajustes ao aumento de casos, mas sem confinamentos ou medidas coercitivas.

Nos últimos dias, o país nórdico anunciou recomendações mais rígidas, mas também flexibilizou várias medidas, dando sequência a sua surpreendente tática solitária.

O número de casos aumenta regularmente desde meados de setembro. Na quinta-feira, as autoridades de saúde registraram 1.614 novos infectados pela covid-19, o maior número desde junho.

Uma tendência de alta similar à maioria dos países europeus, que para conter o vírus decidiram adotar confinamentos parciais ou toques de recolher.

Menos estrita, a Suécia, que tem o balanço de 5.930 mortes por covid-19 desde o início da pandemia e registrou durante a primeira onda uma das taxas de mortalidade mais elevadas Europa, tenta ajustar sua abordagem.

No início da semana, o governo decretou novas medidas na cidade universitária de Uppsala, a 70 quilômetros da capital Estocolmo, que vive um aumento de casos desde o retorno das aulas no início do outono (hemisfério norte, primavera no Brasil).

Agora, os moradores receberam a recomendação para que evitem os transportes públicos e os contatos físicos com as pessoas que não moram na mesma residência até 3 de novembro.

"As pessoas só conseguem aguentar medidas tão estritas por um período limitado e o momento é importante. Não se pode começar muito cedo nem esperar muito tempo (...) esperamos que seja o momento correto", justifica o epidemiologista Anders Tegnell, coordenador da estratégia sueca.

Ao contrário de boa parte do mundo, a Suécia é um dos poucos países que não recomenda o uso da máscara: as autoridades de saúde não a consideram muito eficaz.

Em Estocolmo, ao menos aparentemente, a vida diária não mudou muito desde o início da pandemia. A maioria dos moradores caminha com o rosto descoberto. Restaurantes e lojas nunca fecharam as portas.

Embora as imagens de ônibus e restaurantes lotados tenham dado a volta ao mundo, vários estudos mostram que 80% dos suecos mudaram de hábitos, em um país conhecido pela disciplina social.

As autoridades recomendaram à população que adote o teletrabalho, limite seus contatos e lave as mãos com frequência.

No bairro de Södermalm, em Estocolmo, onde centenas de ciclistas e pedestres se apressam no horário de maior movimento do dia, Roger Palmqvist afirma à AFP que confia na estratégia adotada pelas autoridades.

O idoso, no entanto, reconhece que a abordagem sueca não funcionaria em todos os países. "Ninguém obriga, mas os suecos são assim, seguem as regras.

Na quinta-feira, o governo surpreendeu ao retirar as recomendações específicas para as pessoas de risco, sobretudo aquelas com mais de 70 anos, que receberam a recomendação de permanecer em casa desde o início da epidemia.

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