Taiwan acusou a China nesta terça-feira de ser "paranoica", depois que a televisão pública chinesa exibiu reportagens sobre casos de espionagem, com a "confissão" de dois taiwaneses detidos em território chinês
Taiwan acusou a China nesta terça-feira de ser "paranoica", depois que a televisão pública chinesa exibiu reportagens sobre casos de espionagem, com a "confissão" de dois taiwaneses detidos em território chinês.
De acordo com o canal público CCTV, os agentes chineses das forças de segurança reprimiram "centenas" de casos de espionagem relacionados com Taiwan e prenderam um "grande número de espiões taiwaneses e seus cúmplices".
Na segunda-feira, a CCTV exibiu a confissão de Cheng Yu chin, apresentado como assessor de um ex-líder do partido governante de Taiwan. A reportagem afirma que ele foi recrutado pelos serviços de inteligência taiwaneses quando morava na República Tcheca.
Supostamente colaborou com os "serviços taiwaneses de espionagem" a partir de 2005, até sua detenção na China em abril de 2019, segundo a CCTV.
Um dia antes, outro taiwanês, Lee Meng Chu, detido em agosto de 2019 na cidade chinesa de Shenzhen e incomunicável desde então, apareceu na televisão chinesa. Ele confessou ter filmado de maneira ilegal exercícios militares na China continental no ano passado, durante as manifestações em Hong Kong.
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro taiwanês Su Tseng Chang rebateu as acusações de espionagem e denunciou uma campanha de difamação.
"A China é um país autoritário e sempre faz este tipo de coisa para infiltrar-se e sabotar", afirmou Su. "Como eles fazem, pensam que os demais também fazem. A China não precisa ser tão paranoica", completou.
O ministério das Relações Exteriores de Taiwan considerou que as acusações de espionagem contra Cheng foram "deliberadamente inventadas com motivos ocultos e constituem uma violação dos direitos humanos".
A China continua considerando Taiwan como uma província rebelde destinada a retornar ao país, pela força se necessário.
Desde a chegada ao poder em Taiwan da presidente Tsai Ing Wen em 2016, procedente de um partido pouco conciliador com Pequim, a China multiplicou as manobras e pressões para isolar ainda mais a ilha.
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