Impacto para o consumidor

Tarifa de água tem aumento de 14,06%

Tarifa do Semae vai ter aumento a partir de maio, aprovado ontem pelo Conselho de Regulamentação e Controle Social

Romualdo Cruz Filho
30/04/2022 às 07:29.
Atualizado em 30/04/2022 às 07:32
Reunião, na tarde desta sexta-feira, aconteceu no anfiteatro do Museu da Água (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

Reunião, na tarde desta sexta-feira, aconteceu no anfiteatro do Museu da Água (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

Foi aprovado ontem à tarde, durante reunião do Conselho de Regulamentação e Controle Social, realizada no anfiteatro do Museu da Água, o aumento de 14,06% na tarifa do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae). A cobrança, com o reajuste, passa a vigorar a partir de maio. Foi aprovado também, no mesmo encontro, o aumento nos valores dos serviços oferecidos pela autarquia, de 11,3%. 

Para justificar os reajustes, foram apresentados os números gerais do Semae por técnicos da Agência Reguladora das Bacias do PCJ (Ares-PCJ), responsável pelos estudos que dão sustentação aos reajustes apresentados.

Hoje, a autarquia conta com uma receita anual de R$ 260 milhões. Na contabilidade das perdas, o valor apresentado, relativo a 2021, está na casa dos R$ 200 milhões anuais, o que contabiliza tanto perdas físicas de água, decorrente de vazamentos, como ligações clandestinas e não pagamentos. 

Para efeito de balanço e efetuar pagamento à empresa Mirante, responsável pelo setor de esgoto, foi apresentado um déficit tarifário negativa de -5,8%, que corresponde a um superavit. No entanto, ficou claro que a realidade das contas do Semae é de déficit, com impacto apenas no caixa da autarquia e não com a Mirante com a qual foi estabelecida a da PPP em 2012, que recebe inclusive por tarifas não pagas. Em 2021, foram repassados à terceirizada R$ 95.943.258,93.

O gasto do Semae com energia elétrica no ano passado foi de R$ 46 milhões, considerado extremamente elevado pelo professor Juan Sebastianes, que participou da reunião como representante do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema).

"Nesse quesito, foi proposto como alternativa que a autarquia invista em geração de energia a partir da instalação de placas fotovoltaicas, o que, segundo estudos, podem gerar uma economia de R$ 40 milhões por ano", explicou Juan. 

Juan, por sinal, é um crítico da relação estabelecida atualmente entre o Semae com a Mirante. "Trata-se de uma parceria leonina, a partir da qual somente a empresa 'parceira' tem vantagem, ficando todo ônus nas costas do Semae. Uma parceria que beneficia apenas uma das partes. Já viu isso?", questionou.

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