INTERNACIONAL

Termina o primeiro turno no Congo, onde o presidente busca reeleição

Os habitantes da República do Congo foram às urnas neste domingo (21), privados de internet, em uma eleição em que o presidente Denis Sassou Nguesso enfrenta seis adversários em busca da reeleição já no primeiro turno

AFP
26/03/2021 às 01:33.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:53

Os habitantes da República do Congo foram às urnas neste domingo (21), privados de internet, em uma eleição em que o presidente Denis Sassou Nguesso enfrenta seis adversários em busca da reeleição já no primeiro turno.

O principal oponente de Sassou Nguesso, Guy-Brice Parfait Kolelas, foi levado para Paris na tarde de domingo após testar positivo para covid-19 na sexta-feira, disse sua equipe de campanha. "Meus queridos compatriotas, lutando contra a morte, peço que se levantem. Votem pela mudança", declarou ele no sábado em um vídeo.

As autoridades cortaram o acesso à internet à noite, antes da abertura das seções de voto, e não irão restaurá-lo a princípio até que os resultados provisórios sejam anunciados durante a semana.

O prazo pode parecer longo para um país de cinco milhões de habitantes, metade dos quais foram convocados às urnas. Nesse tempo, são compilados os resultados, uma etapa sensível e propícia a manipulações e sanções, segundo os opositores.

"A única incerteza é qual pontuação Sassou vai pedir à comissão eleitoral", afirmou ironicamente o romancista congolês Emmanuel Dongala, contatado pela AFP, de sua residência nos Estados Unidos.

"Viemos votar para trazer mudanças ao nosso país e cumprir nosso dever cívico", disse à AFP Simon Mountandi, um funcionário público de 50 anos, ao sair de um centro de votação na capital.

O presidente de 77 anos, 36 deles no poder, busca, como anuncia sua propaganda eleitoral, "um nocaute". Ele já foi reeleito três vezes desde 2002 e quer um novo mandato de cinco anos.

Durante uma campanha sem intercorrências, estabeleceu suas duas prioridades: a juventude e o desenvolvimento agrícola, para romper com a economia do petróleo e a dependência das importações.

Durante o dia da votação, que contou com uma ampla mobilização das forças de segurança, não foram registados quaisquer incidentes relevantes, verificou a AFP.

"No geral, os congoleses ignoraram as urnas. As zonas eleitorais estavam vazias. Não se viu o fluxo de 2016", disse Brice Makosso, membro da sociedade civil de Pointe-Noire.

As autoridades negaram à conferência episcopal o credenciamento de observadores nas seções de voto.

A União Africana enviou apenas cerca de 20 observadores, oficialmente por causa da pandemia de covid-19. "Não houve eleitores suficientes durante a manhã. As coisas melhoraram à tarde. Os eleitores votaram livremente em relação a 2016", afirmou a chefe da missão, Dileita Mohamed.

Os opositores já denunciaram a votação antecipada de membros das forças de segurança (entre 55 e 60 mil), uma fonte de potenciais fraudes, segundo eles.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu a "todos os interessados que trabalhem por um processo eleitoral pacífico" no país, também conhecido como Congo-Brazzaville.

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