Um trabalhador rural em greve morreu nesta quinta-feira (3) no Peru, após ser baleado enquanto a polícia tentava abrir caminho em uma estrada que se encontrava bloqueada no norte do país, na primeira disputa trabalhista sob o novo governo de Francisco Sagasti, informou um sindicalista
Um trabalhador rural em greve morreu nesta quinta-feira (3) no Peru, após ser baleado enquanto a polícia tentava abrir caminho em uma estrada que se encontrava bloqueada no norte do país, na primeira disputa trabalhista sob o novo governo de Francisco Sagasti, informou um sindicalista.
"Infelizmente temos um falecido. Ele levou um tiro na cabeça", o trabalhador Jorge Muñoz, disse o sindicalista Walter Campos à rádio RPP.
"A polícia veio para atirar, é um ato de violência. A situação saiu do controle por causa do falecido", acrescentou.
"É realmente uma tragédia", declarou o presidente Sagasti ao confirmar a morte ocorrida em Virú, 490 km ao norte de Lima, onde trabalhadores rurais em greve bloquearam a rota principal do país.
"Acabo de receber informações, vamos investigar o que aconteceu em Virú", afirmou Sagasti - que assumiu o poder há 16 dias em meio a uma crise política que levou o Peru a ter três presidentes em uma semana - a correspondentes estrangeiros.
Trabalhadores agroindustriais de Virú, na região de La Libertad, aderiram nesta quinta-feira a uma greve iniciada na segunda-feira por seus colegas da região sul de Ica, onde exigem melhorias trabalhistas, mantendo pelo quarto dia a rodovia Pan-americana bloqueada, a 250 km de ao sul de Lima.
Com pedras em chamas, troncos e pneus, trabalhadores de empresas agroexportadoras bloquearam vários trechos da rodovia Pan-americana em Ica e La Libertad, uma estrada vital que atravessa o país de norte a sul, da fronteira com o Equador até a fronteira com o Chile.
"Queremos lamentar a morte de um peruano no norte do país em circunstâncias que ainda estão sob investigação", anunciou a chefe de gabinete de Sagasti, Violeta Bermúdez, que foi ao Congresso pedir um voto de confiança para os novos ministros.
"Nenhum peruano deve morrer, especialmente nestas circunstâncias. O Ministro de Interiores tomou as medidas necessárias, pedimos calma. Aguardemos a informação oficial", acrescentou.
A imprensa local disse que o trabalhador morto tinha 19 anos.
A polícia peruana tem sido alvo de críticas pelas mortes de dois manifestantes nos protestos desencadeados em Lima, após o Congresso depor o presidente popular Martín Vizcarra em 9 de novembro.
Ele foi substituído por Manuel Merino, que renunciou cinco dias depois e Sagasti o sucedeu.
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