INTERNACIONAL

Três afro-americanos compartilham sua experiência em Wall Street

Ser negro em Wall Street é enfrentar preconceito, muitas vezes se sentir solitário, mas também ter a satisfação de lutar para melhorar as perspectivas da comunidade

AFP
22/12/2020 às 07:41.
Atualizado em 23/03/2022 às 23:56

Ser negro em Wall Street é enfrentar preconceito, muitas vezes se sentir solitário, mas também ter a satisfação de lutar para melhorar as perspectivas da comunidade. Três profissionais de finanças afro-americanos compartilham suas experiências.

"Todos os dias no escritório, você deve atender aos padrões", diz Johnita Walker Mizelle. "Não aprendi a esquiar quando era pequena, não fiz faculdade com um grande time de futebol, não tenho um tio corredor. Sair para tomar uma cerveja com seus companheiros de equipe no final do dia não faz parte da minha cultura. Você tem que fazer malabarismos constantemente entre dois mundos, mostrando a seus colegas que você pode se encaixar, mas nunca é o contrário", afirma.

Quando ela começou sua carreira financeira em 1996, ela era "a única mulher negra na sala de operações que não era secretária".

"Às vezes eu me sentia muito sozinha", disse ela à AFP.

Nesse sentido, Johnita gosta de trabalhar em uma empresa dirigida por uma mulher, a companhia de investimentos Anthemis.

As carreiras afro-americanas em finanças não dependem apenas da meritocracia - um ciclo de negócios favorável, ou um mentor bem colocado podem impulsionar.

No início de sua carreira, Johnita Walker Mizelle trabalhou para a Williams Capital, uma empresa de investimentos administrada por executivos negros.

Ver homens e mulheres da comunidade negra administrando departamentos, reunindo-se com os CFOs de empresas maiores, "foi fundamental", disse.

"Eu pude ver o que poderia me tornar em 15, 20, ou 30 anos", afirmou.

Ela inicialmente se formou em química e estava considerando uma carreira em ciências, mas enquanto levantava fundos para um novo prédio científico, conheceu funcionários da Goldman Sachs.

Convidada a passar alguns dias no banco em Nova York, ela "se apaixonou" pelos mercados. Seu amor pela profissão permanece intacto.

Mas "você tem que trabalhar mais, ter ainda mais determinação", disse ela. "Eu vejo cada projeto que me foi dado como uma oportunidade não só para mim, mas para todos os negros, hispânicos, que vão contratar depois de mim".

A experiência de Harold Butler não se resume ao setor bancário.

Ele chegou em 2006 ao Citigroup, um dos maiores bancos de Wall Street, já na casa dos quarenta, após uma jornada profissional que incluiu passagens pelo Exército, tecnologia (Microsoft) e empresas financeiras.

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