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Trump ameaça bloquear ajuda econômica por pandemia às vésperas do fim dos subsídios

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cobriu de incertezas a entrega da ajuda financeira pela pandemia acordada pelo Congresso após árduas negociações, uma ameaça a milhões de pessoas dias antes do fim dos subsídios concedidos anteriormente

AFP
23/12/2020 às 16:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:03

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cobriu de incertezas a entrega da ajuda financeira pela pandemia acordada pelo Congresso após árduas negociações, uma ameaça a milhões de pessoas dias antes do fim dos subsídios concedidos anteriormente.

Após meses de intensas discussões, legisladores democratas e republicanos chegaram a um acordo esta semana para aprovar um pacote de 900 bilhões de dólares, mas na terça-feira à noite, o presidente em fim de mandato ameaçou não assiná-lo se a legislação não fosse alterada.

O pacote inclui ajuda direta de 600 dólares para pessoas em dificuldades devido à crise provocada pela pandemia, mas Trump disse que quer aumentá-la a 2.000 dólares.

O presidente republicano está pedindo, de fato, que um projeto de lei com emendas "adequadas" seja enviado, caso contrário, advertiu, a aprovação do pacote poderia depender da "próxima administração" democrata comandada por Joe Biden, que assume em 20 de janeiro.

Em particular, ele disse que deseja que o Congresso se livre "imediatamente dos itens desnecessários e do desperdício dessa legislação".

O anúncio de Trump foi recebido com surpresa em Washington e entre os democratas que negociaram o pacote orçamentário com o secretário do Tesouro do governo de saída, Steve Mnuchin.

A oposição disse que a Casa Branca nunca divulgou um número sobre a ajuda à população. O projeto faz parte de um pacote mais amplo que inclui orçamentos para o próximo ano, ou seja, inclui itens para cultura e ajuda externa, questionados pelo presidente.

A posição de Trump, que não mencionou o veto do projeto, mas poderia paralisá-lo, deixou incerto o futuro do pacote, uma vez que os líderes republicanos não se manifestaram sobre suas intenções diante de uma negociação.

Dado o apoio que a legislação recebeu no Congresso, o veto poderá ser bloqueado no Senado, mas há temores de que Trump recorra a uma manobra conhecida como "veto de bolso", que consiste em o presidente reter uma lei enquanto deixa correr os dias que teria para assiná-la.

Nesse caso, o prazo também coincide com o término da legislatura do atual Congresso, em 3 de janeiro.

O atraso pode ser crítico para americanos em dificuldades que esperaram meses por uma ajuda adicional, gastando todas as suas economias à medida que 26 de dezembro se aproxima, quando os subsídios expiram.

Com o agravamento da crise, muitas famílias esperavam receber o cheque extraordinário para evitar despejos e para refeições, em um momento de sobrecarga dos bancos de alimentos.

O pacote de 2,7 trilhões de dólares aprovado pelo Congresso no início da pandemia criou vários programas que ajudaram as famílias na crise que alavancou o desemprego a 14,8%.

Esse número caiu gradualmente até se estabilizar em 6,7%, o dobro de antes da pandemia.

Nesse contexto, Trump não suspendeu seus planos de férias e deve viajar nesta quarta-feira para a residência de veraneio de Mar-a-Lago, na Flórida.

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