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Trump ameaça mobilizar Exército se distúrbios continuarem nos EUA

O presidente americano, Donald Trump, prometeu nesta segunda-feira (1) restaurar a ordem nos Estados Unidos após a maior explosão de protestos em décadas pela morte de um homem negro nas mãos de um policial branco, ameaçando os estados com a mobilização de militares se a violência não ceder

AFP
01/06/2020 às 23:05.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:01

O presidente americano, Donald Trump, prometeu nesta segunda-feira (1) restaurar a ordem nos Estados Unidos após a maior explosão de protestos em décadas pela morte de um homem negro nas mãos de um policial branco, ameaçando os estados com a mobilização de militares se a violência não ceder.

Uma semana depois da morte de George Floyd, um homem negro de 46 anos que foi asfixiado por um policial branco que o imobilizou em Minneapolis, os protestos se espalharam de costa a costa do país e as manifestações, a maioria pacíficas, degeneraram em distúrbios na noite de domingo.

Na capital, Washington, foram registrados distúrbios nas imediações da Casa Branca, com destroços, incêndios provocados pelos manifestantes, bandeiras americanas em chamas e muros grafitados com palavras de ordem contra a polícia.

A Casa Branca ficou às escuras e o presidente teve que se abrigar em um búnquer.

"O que aconteceu na cidade ontem à noite é uma desonra absoluta", disse Trump em discurso proferido na Casa Branca, ao mesmo tempo em que a Polícia dispersava um protesto a poucos metros da sede do Executivo americano.

Trump anunciou que mobilizará militares na capital para conter "os distúrbios, os saques, o vandalismo, os ataques e a destruição gratuita da propriedade".

"Estou enviando milhares e milhares de soldados fortemente armados", afirmou Trump, ameaçando as outras cidades com a mobilização do exército para "arrumar rapidamente o problema" se não tomarem decisões para frear os protestos.

Pouco depois de a polícia dispersar os manifestantes reunidos do lado de fora da igreja de Saint John, um edifício histórico perto da Casa Branca, danificado no domingo à noite à margem do protesto, Trump dirigiu-se ao local levando uma bíblia em uma das mãos.

Nesta segunda, a prefeita de Washington antecipou em quatro horas o início do toque de recolher, que começou às 19h locais (21h de Brasília). Em Nova York, as restrições à circulação vão começar às 23h locais (01h de terça-feira em Brasília).

Durante o dia, Trump responsabilizou a "esquerda radical" pelas mobilizações e criticou os governadores, chamando-os de "fracos" e exigiu que "se imponham".

Estes protestos ocorrem em um momento em que mais de 100.000 pessoas morreram nos Estados Unidos pelo novo coronavírus e em que as medidas tomadas para mitigar a pandemia acertaram um forte golpe na economia americana em um ano eleitoral.

A epidemia teve um impacto devastador na comunidade negra e alguns estudos mostram que esta população corre até três vezes mais riscos de morrer da doença do que os brancos.

"Temos filhos negros, irmãos negros, amigos negros e não queremos que morram", disse à AFP na localidade de Saint-Paul Muna Abdi uma manifestante negra de 31 anos.

"Estamos cansados de que isto se repita, esta geração não vai permiti-lo", afirmou.

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