INTERNACIONAL

Trump anuncia suspensão da imigração legal; especialistas temem 2a onda da pandemia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai assinar nesta quarta-feira (22) o decreto que proíbe a imigração legal para proteger seus trabalhadores ante o desemprego gigantesco provocado pela pandemia de coronavírus, que já matou mais de 177

AFP
22/04/2020 às 10:41.
Atualizado em 31/03/2022 às 02:44

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai assinar nesta quarta-feira (22) o decreto que proíbe a imigração legal para proteger seus trabalhadores ante o desemprego gigantesco provocado pela pandemia de coronavírus, que já matou mais de 177.000 pessoas no planeta e que pode gerar uma "catástrofe humanitária", segundo a ONU.

Ao mesmo tempo, no momento em que vários países se preparam para flexibilizar aos poucos as medidas de confinamento com o objetivo de reativar as economias paralisadas, os especialistas alertam para os riscos e os efeitos devastadores de uma possível segunda onda do coronavírus.

A pandemia provoca danos econômicos graves que o apoio de governos e instituições multilaterais não consegue atenuar.

A Organização das Nações Unidas teme que a pandemia multiplique por dois o número de pessoas que passsam fome no mundo, a 265 milhões este ano, de acordo com os dados do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, o que seria "uma catástrofe humanitária".

Nos Estados Unidos, onde 22 milhões de pessoas perderam os empregos na crise, o presidente Trump decidiu suspender a imigração legal permanente durante pelo menos 60 dias para proteger a mão de obra local.

"Vou assinar hoje a ordem executiva que proíbe a imigração no nosso país", tuitou nesta quarta-feira.

A medida não afetará os vistos de trabalho temporário, e sim, os "green cards", documento que dá residência permanente a seu beneficiário.

"Seria injusto que os americanos fossem substituídos por mão de obra vinda do exterior", afirmou Trump.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) advertiu para a "pior crise internacional desde a Segunda Guerra Mundial" para o mundo do trabalho, em um contexto no qual o confinamento da população freia as economias.

A pandemia "pode dobrar a taxa de desemprego europeu nos próximos meses", afirmou a consultoria americana McKinsey.

O diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doença (CDCs) dos Estados Unidos, Robert Redfield, teme que "o retorno do vírus no próximo inverno" possa provocar uma situação mais difícil do que a atual e pediu à população que intensifique as precauções.

"Nós teremos a epidemia de gripe e a epidemia de coronavírus ao mesmo tempo", afirmou em uma entrevista ao jornal The Washington Post.

A pandemia deixou mais de 177.000 mortos no mundo desde que surgiu na China em dezembro, dois terços delas na Europa, segundo um balanço estabelecido pela AFP com base em fontes oficiais. No total, foram diagnosticados mais de 2,5 milhões de casos em 193 países e territórios.

Os Estados Unidos continuam como o país mais afetado, com mais de 45.000 mortes e mais de 825.000 casos de contágio diagnosticados. Em seguida, aparecem Itália (24.648 mortos), Espanha (21.717), França (20.796) e Reino Unido (17.337).

Ao menos 4,5 bilhões de pessoas em 110 países, ou territórios, estão vivendo confinados, ou são obrigados a limitar seus movimentos, ou seja, 58% da população mundial.

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