INTERNACIONAL

Trump assina decreto para limitar proteção a redes sociais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta quinta-feira (28) para limitar a proteção das mídias sociais e a liberdade que eles têm para moderar seu conteúdo

AFP
28/05/2020 às 19:38.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:19

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta quinta-feira (28) para limitar a proteção das mídias sociais e a liberdade que eles têm para moderar seu conteúdo.

"Estamos aqui para defender a liberdade de expressão contra um dos piores perigos da história", disse Trump no Salão Oval, ao assinar o documento, que deve ser o ponto de partida de uma longa batalha legal.

Trump acusou o Twitter de tomar "decisões editoriais" e de ser "politicamente ativo" na escolha das mensagens que decide enviar para verificação.

"Eles têm o poder descontrolado de censurar, editar, ocultar ou modificar qualquer forma de comunicação entre indivíduos e grandes audiências públicas", disse, referindo-se aos gigantes do Vale do Silício. "Não podemos deixar que isso continue, é muito, muito injusto", insistiu.

Trump disse que o decreto exige novos regulamentos para que as redes sociais dedicadas à "censura" não possam "manter sua proteção legal".

O decreto refere-se ao famoso artigo 230 da Lei da Decência nas Comunicações, que concede ao Facebook, Twitter, YouTube ou Google imunidade a ações legais relacionadas a conteúdo publicado por terceiros e dá a essas plataformas a liberdade de intervir como desejarem.

Nesta quinta-feira, o presidente começou o dia atacando as redes sociais com uma série de tuítes.

"Os republicanos acham que as plataformas de mídia social silenciam completamente as vozes conservadoras. Vamos regulá-las fortemente, ou vamos fechá-las, em vez de permitir que algo assim aconteça", tuitou o presidente.

O Twitter destacou dois tuítes de Trump publicados na terça-feira, nos quais o presidente dizia, sem provas, que o voto pelos correios levaria a uma eleição fraudulenta.

"Não há como o voto pelos correios ser outra coisa diferente de algo substancialmente fraudulento", escreveu.

Abaixo das postagens, o Twitter postou um "link" que diz: "Obtenha informações sobre a votação pelos correios", uma novidade para a rede social que por muito tempo resistiu aos apelos para censurar o presidente americano por postagens que desafiam a verdade.

Trump, que tem 80 milhões de seguidores no Twitter, difunde insultos, teorias da conspiração e informações falsa na rede social.

E novamente o presidente republicano voltou ao ataque na quarta-feira contra a medida que ganha força em alguns estados em meio à pandemia da COVID-19: "Não podemos permitir que o envio de cédulas eleitorais por correio virem algo comum em nosso país. Seria a liberdade de todos os enganos, falsificações e roubos de cédulas".

"Quem trapacear mais, ganha. Do mesmo modo que as redes sociais. Limpe o que você fez, AGORA!", escreveu o presidente.

Em plena campanha pelo segundo mandato nas eleições de novembro, Trump também acusou as redes sociais de interferirem nas últimas eleições: "Vimos o que tentaram fazer e fracassaram em 2016".

"Não podemos permitir que volte a acontecer uma versão mais sofisticada disso", acrescentou.

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