O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta quinta-feira (28) para limitar a proteção das mídias sociais e a liberdade que eles têm para moderar seu conteúdo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta quinta-feira (28) para limitar a proteção das mídias sociais e a liberdade que eles têm para moderar seu conteúdo.
"Estamos aqui para defender a liberdade de expressão contra um dos piores perigos da história", disse Trump no Salão Oval, ao assinar o documento, que deve ser o ponto de partida de uma longa batalha legal.
Trump acusou o Twitter de tomar "decisões editoriais" e de ser "politicamente ativo" na escolha das mensagens que decide enviar para verificação.
"Eles têm o poder descontrolado de censurar, editar, ocultar ou modificar qualquer forma de comunicação entre indivíduos e grandes audiências públicas", disse, referindo-se aos gigantes do Vale do Silício. "Não podemos deixar que isso continue, é muito, muito injusto", insistiu.
Trump disse que o decreto exige novos regulamentos para que as redes sociais dedicadas à "censura" não possam "manter sua proteção legal".
O decreto refere-se ao famoso artigo 230 da Lei da Decência nas Comunicações, que concede ao Facebook, Twitter, YouTube ou Google imunidade a ações legais relacionadas a conteúdo publicado por terceiros e dá a essas plataformas a liberdade de intervir como desejarem.
Nesta quinta-feira, o presidente começou o dia atacando as redes sociais com uma série de tuítes.
"Os republicanos acham que as plataformas de mídia social silenciam completamente as vozes conservadoras. Vamos regulá-las fortemente, ou vamos fechá-las, em vez de permitir que algo assim aconteça", tuitou o presidente.
O Twitter destacou dois tuítes de Trump publicados na terça-feira, nos quais o presidente dizia, sem provas, que o voto pelos correios levaria a uma eleição fraudulenta.
"Não há como o voto pelos correios ser outra coisa diferente de algo substancialmente fraudulento", escreveu.
Abaixo das postagens, o Twitter postou um "link" que diz: "Obtenha informações sobre a votação pelos correios", uma novidade para a rede social que por muito tempo resistiu aos apelos para censurar o presidente americano por postagens que desafiam a verdade.
Trump, que tem 80 milhões de seguidores no Twitter, difunde insultos, teorias da conspiração e informações falsa na rede social.
E novamente o presidente republicano voltou ao ataque na quarta-feira contra a medida que ganha força em alguns estados em meio à pandemia da COVID-19: "Não podemos permitir que o envio de cédulas eleitorais por correio virem algo comum em nosso país. Seria a liberdade de todos os enganos, falsificações e roubos de cédulas".
"Quem trapacear mais, ganha. Do mesmo modo que as redes sociais. Limpe o que você fez, AGORA!", escreveu o presidente.
Em plena campanha pelo segundo mandato nas eleições de novembro, Trump também acusou as redes sociais de interferirem nas últimas eleições: "Vimos o que tentaram fazer e fracassaram em 2016".
"Não podemos permitir que volte a acontecer uma versão mais sofisticada disso", acrescentou.