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Trump quer acelerar escolha de novo juiz da Suprema Corte

O presidente Donald Trump defendeu, no sábado (20), a rápida substituição da falecida juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, um ícone da esquerda americana, que abriu um potencial campo de batalha na reta final da eleição presidencial dos EUA em 3 de novembro

AFP
21/09/2020 às 19:38.
Atualizado em 24/03/2022 às 13:14

O presidente Donald Trump defendeu, no sábado (20), a rápida substituição da falecida juíza da Suprema Corte Ruth Bader Ginsburg, um ícone da esquerda americana, que abriu um potencial campo de batalha na reta final da eleição presidencial dos EUA em 3 de novembro.

A vontade declarada de Trump de agir rapidamente, apesar das críticas democratas, promete um fim agitado para a campanha presidencial dos EUA.

"Teremos um indicado muito em breve", disse o presidente republicano antes de começar um evento de campanha na Carolina do Norte.

"Queremos respeitar o processo. Acho que será muito rápido", acrescentou Trump, observando que "o mais provável é que seja uma mulher".

A juíza RBG, como era conhecida, faleceu na sexta-feira (18), aos 87 anos, vítima de um câncer no pâncreas. Sua morte gerou uma onda de consternação no país, assim como grande preocupação entre os democratas.

A chegada de um novo juiz indicado por Donald Trump sedimentaria a mais alta corte dos EUA por um longo tempo no campo conservador. Ginsburg era uma defensora da causa das mulheres, das minorias e do meio ambiente.

Em seu primeiro mandato, Trump nomeou os juízes Brett Kavanaugh e Neil Gorsuch, dando aos conservadores uma maioria de 5-4 antes da morte de Ginsburg. Isso não garante, porém, que as decisões sempre serão favoráveis à agenda de Trump. Há vários exemplos recentes de conservadores apoiando seus colegas progressistas.

Atrás de seu concorrente democrata, Joe Biden, nas mais recentes pesquisas de intenção de voto, Trump tem outro poderoso incentivo para continuar: estimular seus partidários pró-vida e evangélicos.

Falando em um comício na Carolina do Norte no sábado, ele fez uma improvisada pesquisa com a multidão, pedindo que falasse em nome de uma mulher, ou de um homem, a ser indicado para a Corte.

A multidão se pronunciou mais intensamente por uma mulher.

"É uma pesquisa muito precisa, porque é assim que me sinto", disse ele.

"Será uma mulher. Uma mulher muito talentosa, muito brilhante, que ainda não escolhi (...) mas temos muitas mulheres na lista", acrescentou.

Ginsburg foi uma das três mulheres entre as nove cadeiras do tribunal.

A 45 dias da eleição, os democratas estavam em guarda contra Trump, que busca a reeleição.

"Os eleitores devem escolher o presidente, e o presidente deve propor um juiz ao Senado", disse Biden, que lidera Trump nas pesquisas.

O que está em jogo é extremamente importante. Não apenas porque a Suprema Corte é a chave para resolver questões polêmicas, como o direito de portar armas, ou os direitos dos homossexuais, mas também porque pode ser chamada para resolver disputas eleitorais. Foi o que aconteceu na eleição de 2000, finalmente vencida por George W. Bush contra o democrata Al Gore.

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