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Trump reafirma a premier do Iraque retirada de tropas americanas, mas sem cronograma

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou nesta quinta-feira (20) o desejo de retirar as tropas americanas do Iraque, mas não apresentou um cronograma para tal, durante a primeira reunião em Washington com o primeiro-ministro iraquiano, Mustafá al Kazimi

AFP
20/08/2020 às 17:36.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:00

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou nesta quinta-feira (20) o desejo de retirar as tropas americanas do Iraque, mas não apresentou um cronograma para tal, durante a primeira reunião em Washington com o primeiro-ministro iraquiano, Mustafá al Kazimi.

A reunião ocorreu em um momento em que se intensificam ataques contra alvos americanos, orquestrados por combatentes pró-iranianos e quando o governo iraquiano é pressionado a expulsar os 5.000 soldados enviados por Washington ao país, como parte dos esforços anti-jihadistas.

"Em algum momento obviamente partiremos", disse Trump ao lado de Kazimi na Casa Branca, acrescentando que a presença de tropas no Iraque foi reduzida a "um nível muito, muito baixo".

"Estamos tirando nossa tropas do Iraque com muita rapidez e esperamos com ânsia o dia em que não tenhamos que estar ali e, com sorte, o Iraque poderá viver sua própria vida e se defender", disse o presidente americano.

Trump assegurou que as considerações militares, os projetos petroleiros e o desenvolvimento estavam na agenda de sua reunião com o premier iraquiano, que assumiu o cargo em maio.

Kazimi se disse "agradecido" com o apoio dos Estados Unidos na guerra contra o grupo extremista Estado Islâmico, uma colaboração que, segundo o primeiro-ministro, "fortalece" as relações bilaterais.

O Exército americano se retirou do Iraque no fim de 2011, deixando uma pequena missão adjunta à embaixada americana.

Mas anos depois, forças adicionais foram mobilizadas no país para ajudar a combater o EI, que levou adiante uma ofensiva devastadora em 2014.

A reunião foi celebrada em um momento em que ocorre uma disputa entre Teerã e Washington pela influência sobre Bagdá.

As diferenças entre o primeiro-ministro, que mantém um vínculo amistoso com Washington, e as facções pró-iranianas no Iraque são cada vez maiores.

Kazimi enfrenta o desafio de facções da Hashd al Shaabi, uma coalizão de grupos paramilitares xiitas iraquianos que mantém laços estreitos com o Irã.

A Hashd al Shaabi é integrada oficialmente ao Estado iraquiano e seus representantes políticos pedem a expulsão dos 5.000 militares americanos mobilizados no país.

As facções pró-iranianas sofreram um duro golpe em janeiro, quando os Estados Unidos mataram em Bagdá um de seus principais líderes, Abu Mehdi al Muhandis, que estava ao lado do poderoso general iraniano Qassem Soleimani, emissário de Teerã no Iraque, que também morreu no ataque.

Um alto funcionário do governo Trump, que falou na condição do anonimato na quarta-feira, ofereceu dados sobre uma possível retirada.

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