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Trump transfere para Casa Branca negociações entre Sérvia e Kosovo

Os Estados Unidos esperam avançar nas negociações entre os inimigos da guerra dos Bálcãs, Kosovo e Sérvia, durante reuniões entre os líderes de ambos os países, na Casa Branca, nestas quinta e sexta-feiras (3 e 4)

AFP
02/09/2020 às 11:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:54

Os Estados Unidos esperam avançar nas negociações entre os inimigos da guerra dos Bálcãs, Kosovo e Sérvia, durante reuniões entre os líderes de ambos os países, na Casa Branca, nestas quinta e sexta-feiras (3 e 4).

Mais de duas décadas depois de seu sangrento conflito étnico, a Sérvia se recusa a reconhecer a independência declarada por sua antiga província, Kosovo, em 2008.

Autoridades americanas acreditam que reunir o primeiro-ministro de Kosovo, Avdullah Hoti, e o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, para discutir a cooperação econômica, pode melhorar o relacionamento bilateral.

"Estamos um pouco presos nas discussões políticas e continuamos martelando as mesmas questões continuamente, sem muito progresso", disse um assessor do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o assunto.

"Acreditamos que, nos concentrando no lado do desenvolvimento econômico, avançaremos", disse o assessor, que preferiu não ter seu nome divulgado, à imprensa.

Dois meses antes da eleição presidencial dos EUA e sem qualquer acordo em vista, há, porém, uma sensação de que as negociações foram preparadas para mostrar Trump como um mestre da diplomacia.

Embora Bruxelas tenha liderado as negociações entre os dois lados por quase uma década, Washington recentemente buscou um papel de liderança na mediação do conflito com a nomeação de Richard Grenell como enviado especial de Trump.

E, embora Grenell tenha sido acusado de prejudicar o papel da UE na busca de um acordo entre Belgrado e Pristina, ele conseguiu aproximar os dois lados.

Esta reunião estava marcada para junho, mas foi interrompida depois que promotores especiais do tribunal de Haia acusaram o presidente de Kosovo, Hashim Thaci, de crimes de guerra durante o conflito da década de 1990.

Ambas as partes concordaram no mês passado em adiar o encontro.

Hoti disse que "projetos importantes que mudarão as perspectivas econômicas de Kosovo e da região" serão discutidos na Casa Branca.

O assessor de Trump disse que o papel dos Estados Unidos tem sido evitar que as questões políticas se concentrem nos problemas dos empresários, ávidos por aumentar o comércio.

Washington espera que, com o aumento do investimento e com a criação de empregos, "a dinâmica da situação possa mudar de alguma forma".

Um acordo entre os dois países poderia ajudar a curar as feridas da guerra da Sérvia contra Kosovo (1998-99), na qual morreram mais de 13.000 pessoas.

Alguns temem que, se o objetivo da cúpula for realmente alavancar a candidatura de Trump, Washington perderá rapidamente o interesse, na ausência de progresso.

"O objetivo de Grenell é forjar uma espécie de vitória rápida em questões econômicas que ele possa apresentar como um sucesso de política externa para o governo Trump", comentou um ex-diplomata americano.

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