INTERNACIONAL

Trump versus Biden: o impacto do coronavírus na eleição presidencial

A batalha pela reeleição que o presidente Donald Trump travaria contra o democrata Joe Biden seria intensa, mas, com o coronavírus e morte de quase 90

AFP
17/05/2020 às 15:37.
Atualizado em 29/03/2022 às 23:25

A batalha pela reeleição que o presidente Donald Trump travaria contra o democrata Joe Biden seria intensa, mas, com o coronavírus e morte de quase 90.000 americanos, o quadro mudou.

A menos de seis meses das eleições, nenhum candidato pode fazer campanha do jeito convencional, e Trump enfrenta uma espécie de plebiscito ao lidar com a crise atual.

"Realmente não sabemos como vai ser isso", disse à AFP Christopher Arterton, professor de Ciência Política na George Washington University.

Quatro meses antes da pandemia, as narrativas de ambas as partes pareciam claras.

O presidente contava com o bom desempenho da economia e o desemprego historicamente baixo, propondo mais quatro anos na mesma direção e enfatizando seu perfil como empresário de sucesso.

Já o democrata Joe Biden prometia acabar com os escândalos, a polarização e o estilo de "reality show" de gestão do magnata republicano, apelando aos eleitores que se lembrassem dos anos de sua vice-presidência, no governo Barack Obama. Seu objetivo era restaurar "a alma da América".

Biden, de 77, liderava as pesquisas, mas muitos acreditavam que Trump, de 73, assumiria a liderança em 3 de novembro. O último presidente em exercício a perder uma reeleição foi George Bush, em 1992.

Em geral, aqueles que governam em períodos de forte crescimento econômico são praticamente imbatíveis.

Trump percorreu o país multiplicando atos, nos quais busca atender sua base - tradicional, conservadora e machista - com uma mensagem simples: um nacionalismo exacerbado e a volta para os Estados Unidos das empresas que deixaram o país, levando os empregos.

Trump então perguntava abertamente como "Sleepy Joe" (ou "Joe dorminhoco", apelido dado por ele a Biden) iria conseguir derrotá-lo. Mas o coronavírus mudou tudo.

"Esta eleição será principalmente um referendo sobre o presidente Trump", disse Allan Lichtman, historiador da American University, conhecido por suas previsões precisas sobre as eleições anteriores.

A crise da COVID-19 coloca desafios para os líderes políticos tão importantes ou maiores do que os ataques do 11 de Setembro, ou a crise de 2008.

Seu estilo político de confronto, suas poucas demonstrações de empatia e seu gerenciamento de recursos federais durante a pandemia renderam fortes críticas a Trump.

Segundo a última pesquisa da CBS, 57% dos americanos acham que Trump fez um "mau trabalho", contra 47% em março.

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