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Tunisiano que matou agente francesa era radicalizado e tinha 'distúrbios de personalidade'

O ataque fatal na sexta-feira contra uma agente na delegacia de Rambouillet, perto de Paris, foi cometido por um tunisiano de 36 anos, cuja radicalização "parece pouco questionável" e que apresentava "certos distúrbios de personalidade", indicou neste domingo (25) o procurador antiterrorista

AFP
30/04/2021 às 06:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 03:49

O ataque fatal na sexta-feira contra uma agente na delegacia de Rambouillet, perto de Paris, foi cometido por um tunisiano de 36 anos, cuja radicalização "parece pouco questionável" e que apresentava "certos distúrbios de personalidade", indicou neste domingo (25) o procurador antiterrorista.

Vários elementos fundamentam a radicalização do homem em poucos meses, anunciou à imprensa o procurador nacional antiterrorista, Jean-François Ricard.

Uma "rápida exploração" do celular do atacante, Jamel Gorchene, revelou "que ele havia, imediatamente antes de agir, consultado vídeos de canções religiosas glorificando o martírio e a jihad", disse.

O procurador também se referiu a postagens no Facebook indicando, desde o ano passado, "uma adesão a uma ideologia que legitima a violência contra quem ofende o profeta".

Assim, "em 24 de outubro de 2020, poucos dias após o assassinato de Samuel Paty (professor assassinado por um extremista islâmico), o autor aderiu a uma campanha de apoio ao profeta diante das ofensas que seriam cometidas a ele", ressaltou Ricard.

"Se a radicalização do agressor parece pouco questionável, também se observou a presença de certos transtornos de personalidade", observou Ricard.

Sob custódia policial, o pai de Jamel Gorchene falou da "prática rigorosa do Islã" e dos "distúrbios de comportamento" observados em casa "no início do ano".

Ele foi a duas consultas psiquiátricas no hospital Rambouillet em fevereiro. No entanto, "sua condição não exigia hospitalização ou tratamento", disse Ricard.

A Tunísia, a quem a França solicita colaboração nesta investigação, condenou "veementemente" o ataque, em um comunicado de imprensa de sua embaixada.

Denunciou um "ato bárbaro em pleno mês do Ramadã, mês sagrado que representa os valores da tolerância e da fraternidade entre os indivíduos".

Na sexta-feira à tarde, Jamel Gorchene, "com fones de ouvido", esfaqueou no abdômen e na garganta Stéphanie M. - agente administrativa de 49 anos que estava desarmada e sem uniforme - na entrada da delegacia.

Segundo testemunhas, o agressor gritou "Allah Akbar". Em resposta, um policial disparou duas vezes contra o agressor, que se recusava a "largar a faca" com "uma lâmina de 22 cm". Ao cair no chão, ele jogou "sua faca na direção dos policiais", segundo o procurador.

Uma quinta pessoa, um primo de Jamel Gorchene, foi preso neste domingo.

Seu pai - que morava com ele - um casal que o hospedava administrativamente e outro primo já estavam sob custódia policial desde sexta e sábado.

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