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Twitter investiga ataque em massa que gera debate sobre segurança cibernética

O Twitter abriu uma investigação sobre o ataque de hackers a contas oficiais de personalidades como Joe Biden, Bill Gates, Elon Musk, Barack Obama e Jeff Bezos, o que voltou a destacar os desafios da segurança virtual

AFP
16/07/2020 às 16:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 20:32

O Twitter abriu uma investigação sobre o ataque de hackers a contas oficiais de personalidades como Joe Biden, Bill Gates, Elon Musk, Barack Obama e Jeff Bezos, o que voltou a destacar os desafios da segurança virtual.

As mensagens, que foram em sua grande maioria apagadas, apareceram nas contas de vários usuários de grande notoriedade. Os textos convidavam os seguidores a enviarem em 30 minutos 1.000 dólares em bitcoins para receber a quantia duplicada.

"Detectamos o que acreditamos ter sido um ataque tecnológico coordenado por indivíduos que atacaram com êxito alguns de nossos funcionários que tinham acesso a nossos sistemas e ferramentas internas", explicou o Twitter.

"Foi um dia duro para nós", admitiu no Twitter o CEO da rede social, Jack Dorsey.

"Todos nos sentimos muito mal com o que aconteceu. Estamos fazendo um diagnóstico e vamos compartilhar tudo o que for possível assim que entendermos melhor o que aconteceu exatamente", completou.

O site Blockchain.com, que monitora as transações em criptomoedas, afirmou que 12,58 bitcoins, equivalentes a 116.000 dólares, foram enviados ao endereço de e-mail mencionado nos tuítes da fraude.

A pouco mais de três meses para as eleições presidenciais, a segurança cibernética nas redes sociais se tornou um dos principais tópicos de debate.

Poucas horas antes do ataque de quarta-feira, o Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes solicitou a nomeação de um super-agente nacional de segurança cibernética.

Reflexo do crescente papel das redes sociais na vida pública, essas plataformas tornaram-se ferramentas geopolíticas essenciais, especialmente em tempos de crise.

"Para os tomadores de decisões dos EUA, o Twitter apresenta um pequeno paradoxo", dizem Heather Williams e Alexi Drew, autoras de um livro recentemente publicado que aborda o lugar da rede social na diplomacia.

"Por um lado, os tuítes dos funcionários do governo podem ajudar a moldar a narrativa pública americana e proporcionar um maior entendimento da tomada de decisões dos Estados Unidos para reduzir a percepção equivocada dos estrangeiros", escreveram.

Mas também "os tuítes podem aumentar a percepção equivocada e semear a confusão durante a crise, criando incentivos de escalada em um adversário", alertaram as especialistas.

O Twitter anunciou que bloqueou as contas afetadas e eliminou os tuítes publicados pelos "hackers".

Nem a conta de Trump, com 83,5 milhões de seguidores, nem a da Casa Branca foram atacadas.

"A conta do presidente já havia sido eliminada por um funcionário independente do Twitter há vários anos e parece que colocaram um monte de proteções ao redor da mesma", disse o ex-chefe de segurança do Facebook, Alex Stamosn, à CNBC.

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