O Conselho Europeu declarou nesta quinta-feira (25) "persona non grata" a representante da Venezuela, Claudia Salerno, na União Europeia, em resposta à decisão de Caracas de expulsar a embaixadora do bloco
O Conselho Europeu declarou nesta quinta-feira (25) "persona non grata" a representante da Venezuela, Claudia Salerno, na União Europeia, em resposta à decisão de Caracas de expulsar a embaixadora do bloco.
"Esta é uma resposta à decisão do governo venezuelano de declarar persona non grata a chefe da missão da UE na Venezuela", informou o Conselho em uma breve nota oficial.
De acordo com a nota, o bloco considerou a decisão venezuelana injustificada e "contrária ao objetivo da UE de desenvolver relações e construir vínculos em países terceiros".
O chefe da diplomacia europeia, o espanhol Josep Borrell, propôs a decisão de adotar medida equivalente contra a representante da Venezuela, informa a nota.
Na quarta-feira, o governo venezuelano declarou persona non grata a embaixadora da UE no país, Isabel Brilhante, e deu à diplomata 72 horas para deixar a Venezuela.
A UE, porém, não pode expulsar Salerno do território europeu, já que a decisão cabe exclusivamente ao país hóspede, explicou em julho de 2020 a diplomacia europeia após um embate político similar com Caracas.
Assim, a nota não faz qualquer menção à expulsão de Salerno nem se houve algum tipo de anúncio formal à representação diplomática antes da publicação do comunicado.
Além de ser a representante da Venezuela na UE, Salerno é também credenciada como embaixadora do país na Bélgica e em Luxemburgo.
A nova escalada de tensões entre Bruxelas e Caracas surgiu após os chanceleres europeus decidirem na segunda-feira adicionar 19 funcionários venezuelanos à lista de pessoas sancionadas por "minar a democracia".
Com a medida, o número de funcionários venezuelanos sancionados pela UE subiu para 55.
Diante desta nova rodada de sanções contra a Venezuela, o governo de Caracas reagiu solicitando a saída do chefe da missão da UE.
Na quarta-feira, uma porta-voz de Borrell havia pedido que a Venezuela revertesse a expulsão da embaixadora Brilhante.
A UE não reconhece os resultados das eleições legislativas realizadas na Venezuela em dezembro e, portanto, não conhece a legitimidade da Assembleia Nacional que surgiu dessas eleições, e que agora controla o partido no poder.
Em 2020, Borrell chegou a enviar emissários a Caracas para negociar o adiamento das eleições legislativas em alguns meses, para permitir que a UE enviasse uma missão de observação eleitoral.
No entanto, o esforço não rendeu frutos e as eleições ocorreram, com o boicote de parte significativa da oposição venezuelana.