O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, apelou nesta quarta-feira (18) a todos os governos da União Europeia (UE) que desbloqueiem imediatamente a aprovação do orçamento do bloco e do programa de recuperação econômica pós-pandemia
O comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, apelou nesta quarta-feira (18) a todos os governos da União Europeia (UE) que desbloqueiem imediatamente a aprovação do orçamento do bloco e do programa de recuperação econômica pós-pandemia.
"Apelo a todos os governos da UE para que demonstrem um forte senso de responsabilidade para com seus próprios cidadãos e todos os europeus neste momento crucial", disse Gentiloni.
A aprovação do orçamento e do plano de recuperação está bloqueada pelo veto da Hungria e da Polônia, que receberam o apoio da Eslovênia.
"Vamos aprovar o plano de recuperação", pediu o funcionário.
O orçamento da UE para o período 2021-2027 é de mais de um trilhão de euros, e o programa de recuperação econômica associado é de 750 bilhões de euros, para um total equivalente a cerca de US$ 2 trilhões.
Na opinião de Gentiloni, as projeções para a economia europeia sugerem que "haverá uma recuperação incompleta e desequilibrada nos próximos dois anos, com incertezas e riscos persistentes".
Já o vice-presidente-executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, destacou que "precisamos de um acordo político rápido para que possamos ter uma âncora financeira durante esta tempestade".
Hungria e Polônia vetaram a aprovação do orçamento para o período 2021-2027 e o enorme pacote de recuperação econômica por se oporem ao vínculo estabelecido entre a entrega de fundos e o estado de Direito dos países.
Os líderes da UE têm uma videoconferência agendada para quinta-feira, inicialmente convocada para discutir a resposta à pandemia, mas o bloqueio à aprovação do orçamento e ao plano de recuperação estará muito presente na agenda.
A Alemanha, que detém a presidência semestral do Conselho Europeu, propôs interceder junto à Hungria e à Polônia para convencer os dois países a não bloquearem as negociações.
O apoio da Eslovênia complica ainda mais o cenário e, por isso, a videoconferência de quinta-feira promete um alto nível de tensões.
Antes mesmo da videoconferência, os quatro países do grupo Visegrad (Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia) pretendem manter contato em meio a fissuras visíveis no quarteto.
A República Tcheca apoia totalmente a aprovação do orçamento e do plano de recuperação, e a Eslováquia não formulou objeções.
O bloqueio dos dirigentes húngaros e poloneses, aos quais aderiram os eslovenos, deixa a UE em uma situação difícil de controlar, em um momento em que precisava de uma mensagem unificada sobre a recuperação pós-pandemia.
A discordância se dá pela condicionalidade, originalmente lançada pelo Parlamento Europeu, do acesso aos fundos da UE ao nível de qualidade democrática de cada país.