INTERNACIONAL

UE sofre atraso na entrega de vacinas AstraZeneca, recomendado pela OMS em meio a polêmicas sobre efeitos colaterais

A gigante farmacêutica AstraZeneca anunciou neste sábado (13) um novo atraso nos envios de suas vacinas anticovid-19 para a União Europeia, um novo golpe aos esforços para acelerar a vacinação, enquanto persistam os temores sanitários sobre este produto defendido pela OMS

AFP
13/03/2021 às 19:33.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:11

A gigante farmacêutica AstraZeneca anunciou neste sábado (13) um novo atraso nos envios de suas vacinas anticovid-19 para a União Europeia, um novo golpe aos esforços para acelerar a vacinação, enquanto persistam os temores sanitários sobre este produto defendido pela OMS.

A companhia anglosueca alegou problemas de produção e restrições de exportação para justificar os atrasos.

E a isso se somam as tensões internas no bloco europeu. Áustria, República Tcheca, Eslovênia, Bulgária e Letônia pediram que os 27 países membros da União Européia (UE) discutissem "o quanto antes" sobre as disparidades na distribuição de vacinas.

"Se esse sistema se prolongar, continuará criando e exacerbando enormes disparidades entre os Estados-Membros que se aproximam do verão, de modo que alguns deles poderiam obter imunidade da massa em poucas semanas, enquanto outros seriam adiados", escreveram os cinco líderes.

Vários países suspenderam nesta semana a aplicação do produto da AstraZeneca por medo da formação de coágulos de sangue, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter garantido na sexta-feira que não há motivo para deixar de usar esta vacina contra a covid-19, doença que já causou mais de 2,6 milhões de mortes no planeta.

Dinamarca, Noruega, Islândia e Bulgária suspenderam por "precaução" as aplicações da AstraZenaca, e neste sábado a Índia anunciou que realizará uma revisão mais profunda dos efeitos colaterais deste imunizante.

A Noruega anunciou que detectou hemorragias cutâneas em alguns pacientes com menos de 50 anos, embora sem estabelecer uma causa direta com o medicamento.

A República Democrática do Congo também anunciou neste sábado que vai adiar a campanha de vacinação contra a covid-19 que começaria em 15 de março com doses da AstraZeneca, "como medida de precaução".

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) defendeu na sexta-feira a adição de alergias graves à lista de possíveis efeitos colaterais da vacina.

Sobre os atrasos de suas entregas, a AstraZeneca explicou neste sábado que decidiu recorrer aos seus centros de produção fora da UE para abastecer o bloco, mas "infelizmente, as restrições de exportação reduzirão as entregas no primeiro trimestre" e "provavelmente" no segundo, disse um porta-voz do grupo.

A AstraZeneca começou a distribuir suas vacinas para a UE em fevereiro e seu objetivo era entregar 100 milhões de doses no primeiro semestre de 2021 (30 milhões no primeiro trimestre, 70 milhões no segundo).

A Comissão Europeia quer que antes do fim do verão boreal 70% dos europeus estejam vacinados.

As autoridades de saúde do Brasil autorizaram na sexta-feira o uso definitivo da vacina da AstraZeneca, alegando que seus "benefícios superam os riscos".

O produto da AstraZeneca já havia sido aprovado no país para uso emergencial, destinado aos grupos prioritários.

Sua aprovação definitiva permitirá agora usá-lo de forma generalizada, em um momento em que o Brasil, onde o coronavírus deixa mais de 275.000 mortes, enfrenta uma virulenta segunda onda da pandemia.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 75 anos, recebeu neste sábado a primeira dose da vacina chinesa Coronavac.

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