INTERNACIONAL

Um escândalo sexista, último obstáculo do árduo caminho dos Jogos de Tóquio

Desde a intensa emoção do dia em que a capital japonesa foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2020, o caminho para os Jogos de Tóquio, marcado há um ano pela pandemia de covid-19, foi repleto de obstáculos

AFP
12/02/2021 às 19:33.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:49

Desde a intensa emoção do dia em que a capital japonesa foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2020, o caminho para os Jogos de Tóquio, marcado há um ano pela pandemia de covid-19, foi repleto de obstáculos.

O último são as declarações sexistas e a renúncia à presidência da comissão organizadora de Yoshiro Mori.

No dia 8 de setembro de 2013, Tóquio ficou encarregada de sediar os Jogos Olímpicos de 2020. O país comemorou e os apresentadores de televisão começaram a chorar de emoção. Muitos temiam que o acidente nuclear de Fukushima, resultado do gigantesco terremoto e tsunami de 2011, arruinasse o projeto olímpico. O governo apostou então no sucesso do que chamou de "Jogos da Reconstrução".

Em julho de 2015, o primeiro-ministro Shinzo Abe ordenou uma revisão completa do projeto do novo estádio olímpico, após as críticas por seu alto custo (2,42 bilhões de dólares). Os planos da arquiteta iraqui-britânica Zaha Hadid foram cancelados e a obra ficou com o projeto do japonês Kengo Kuma.

Outro revés veio em setembro de 2015: o Comitê Organizador teve que abrir mão do primeiro logotipo dos Jogos, pois se parecia muito com um teatro em Liège (na Bélgica), cujo criador havia recorrido à justiça.

Em 19 de março de 2019, o presidente do Comitê Olímpico Japonês, Tsunekazu Takeda, de 71 anos, anunciou sua renúncia, oficialmente devido à sua idade. Mas ele estava sob pressão desde a revelação, em janeiro daquele ano, do indiciamento na França por suspeita de subornar membros do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2013 em apoio à candidatura de Tóquio.

No mês seguinte, veio outra demissão, a do ministro responsável pelas Olimpíadas, Yoshitaka Sakurada, que havia cometido vários erros em seus seis meses de mandato.

Em meados de 2019, as altas temperaturas e a umidade extrema em Tóquio foram uma provação para os atletas durante os testes para os Jogos Olímpicos. No início de outubro, o COI decidiu transferir a maratona olímpica para Sapporo, 800 quilômetros ao norte da capital japonesa.

Em 24 de março de 2020, em meio à expansão da pandemia de coronavírus, o COI anunciou o adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021. Um adiamento de um ano que foi histórico, já que desde a criação do evento em 1896 os Jogos nunca foram adiados a não ser nas Guerras Mundiais.

Os Jogos de Tóquio serão "um testemunho da derrota do vírus", afirmou Shinzo Abe. Apesar do adiamento, o evento mantém o nome "Tokyo-2020". As novas datas estão definidas: de 23 de julho a 8 de agosto de 2021 para os Jogos Olímpicos e de 24 de agosto a 5 de setembro para os Jogos Paralímpicos.

"Com ou sem covid": o vice-presidente do COI, John Coates, garantiu à AFP em setembro que o evento será realizado em qualquer caso.

Shinzo Abe renunciou por motivos de saúde e o novo primeiro-ministro, Yoshihide Suga, também declarou em setembro que o Japão seguia "determinado" a sediar os Jogos em 2021.

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